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Republicano aposta em "sintonia com maioria"
ANDREW WARD
DO FINANCIAL TIMES
Duas horas antes de Barack
Obama fazer seu eletrizante
discurso de vitória na noite de
terça-feira, John McCain promoveu um evento bem mais
discreto para marcar o início da
campanha da eleição geral. Enquanto Obama pôs seu público
de 20 mil em pé, McCain teve
uma performance inexpressiva
e laboriosa em que se esforçou
para animar as 600 pessoas que
o ouviam numa arena esportiva
em Nova Orleans.
Se a eleição geral de novembro for decidida pelo estilo em
que os presumíveis candidatos
lançaram suas campanhas,
Obama terá uma vitória arrasadora. Mas a liderança republicana confia em que sua mensagem sóbria, por mais que seja
mal transmitida, vai encontrar
eco, mesmo num ano em que a
sorte está contra o partido.
"Não é uma mensagem que
leve as pessoas a pular, animadas", diz um assessor de
McCain. "Mas é uma mensagem mais sintonizada com a
população americana que a
mensagem de Obama."
Enquanto os partidários de
Obama o apresentam como
uma figura transformacional
aos moldes de John F. Kennedy, os estrategistas de
McCain pretendem retratá-lo
como apenas o mais recente
dos democratas "liberais [esquerdistas] tomadores de capuccino" e fora da realidade.
Ontem, os republicanos divulgaram um anúncio online
ressaltando ataques feitos a
Obama por Hillary Clinton e
outros democratas durante as
primárias. "Acho imperativo
que elejamos alguém que passou o limiar do comandante-em-chefe", diz Hillary em um
clipe. "Acredito que eu já fiz isso. O senador McCain com certeza já o fez. Seria preciso perguntar ao senador Obama com
relação à candidatura dele."
O herói da Guerra do Vietnã
está também apostando que
muitas das 70% das pessoas
que desaprovam a Guerra do
Iraque vão instintivamente
confiar mais nele para manter
os EUA seguros, apesar de discordar dele na questão.
Na política doméstica,
McCain reconheceu que os
eleitores anseiam por mudanças. Mas diz que as propostas
de Obama de elevar os impostos e promover uma reforma liderada pelo governo no sistema
de saúde e ser mais protecionista no comércio representam
o tipo equivocado de mudança.
Os assessores de McCain reconhecem abertamente que
sua ligação com o presidente
profundamente impopular representa a maior ameaça a suas
chances de vitória. "Se a eleição
for um referendo sobre Bush,
vamos perder. Se for um avaliação sobre o futuro e sobre quem
daria o melhor presidente, vamos vencer", diz um assessor.
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