São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Republicano aposta em "sintonia com maioria"

ANDREW WARD
DO FINANCIAL TIMES

Duas horas antes de Barack Obama fazer seu eletrizante discurso de vitória na noite de terça-feira, John McCain promoveu um evento bem mais discreto para marcar o início da campanha da eleição geral. Enquanto Obama pôs seu público de 20 mil em pé, McCain teve uma performance inexpressiva e laboriosa em que se esforçou para animar as 600 pessoas que o ouviam numa arena esportiva em Nova Orleans.
Se a eleição geral de novembro for decidida pelo estilo em que os presumíveis candidatos lançaram suas campanhas, Obama terá uma vitória arrasadora. Mas a liderança republicana confia em que sua mensagem sóbria, por mais que seja mal transmitida, vai encontrar eco, mesmo num ano em que a sorte está contra o partido.
"Não é uma mensagem que leve as pessoas a pular, animadas", diz um assessor de McCain. "Mas é uma mensagem mais sintonizada com a população americana que a mensagem de Obama."
Enquanto os partidários de Obama o apresentam como uma figura transformacional aos moldes de John F. Kennedy, os estrategistas de McCain pretendem retratá-lo como apenas o mais recente dos democratas "liberais [esquerdistas] tomadores de capuccino" e fora da realidade.
Ontem, os republicanos divulgaram um anúncio online ressaltando ataques feitos a Obama por Hillary Clinton e outros democratas durante as primárias. "Acho imperativo que elejamos alguém que passou o limiar do comandante-em-chefe", diz Hillary em um clipe. "Acredito que eu já fiz isso. O senador McCain com certeza já o fez. Seria preciso perguntar ao senador Obama com relação à candidatura dele."
O herói da Guerra do Vietnã está também apostando que muitas das 70% das pessoas que desaprovam a Guerra do Iraque vão instintivamente confiar mais nele para manter os EUA seguros, apesar de discordar dele na questão.
Na política doméstica, McCain reconheceu que os eleitores anseiam por mudanças. Mas diz que as propostas de Obama de elevar os impostos e promover uma reforma liderada pelo governo no sistema de saúde e ser mais protecionista no comércio representam o tipo equivocado de mudança.
Os assessores de McCain reconhecem abertamente que sua ligação com o presidente profundamente impopular representa a maior ameaça a suas chances de vitória. "Se a eleição for um referendo sobre Bush, vamos perder. Se for um avaliação sobre o futuro e sobre quem daria o melhor presidente, vamos vencer", diz um assessor.












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