São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999 |
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10 ANOS DO MASSACRE Dois manifestantes foram detidos ao tentar lembrar morte de estudantes em ato pró-democracia em 89 Pequim impede protestos em Tiananmen
das agências internacionais Um forte esquema de segurança impediu ontem, em Pequim, protestos em lembrança ao décimo aniversário do massacre da praça Tiananmen (Paz Celestial). Em Hong Kong -que, em 97, deixou de ser um domínio britânico e voltou a estar sob controle chinês- cerca de 70 mil pessoas carregando velas participaram de uma vigília em memória às vítimas do que foi a maior manifestação por democracia na China. Em 4 de junho de 1989, centenas de estudantes que defendiam a abertura política morreram durante a repressão do governo. O Exército utilizou tanques na ação e soldados dispararam contra os manifestantes na praça, que fica no centro de Pequim. Ontem, duas pessoas tentaram furar o bloqueio de segurança na praça Tiananmen -que foi fechada com cercas e tapumes pelo governo, que diz estar fazendo reformas no local. Um manifestante foi preso por agentes de segurança próximo ao grande retrato de Mao Tse-tung, líder da revolução que, em 1949, instaurou o comunismo no país. O homem detido tentava espalhar panfletos pedindo democracia e qualificando o governo de corrupto. Horas depois, a polícia deteve um ciclista, que passou próximo ao local levando um guarda-chuva com inscrições que pediam "a devolução da propriedade do Estado às pessoas comuns e a lembrança do décimo aniversário do movimento estudantil". Hong Kong foi o único ponto do território chinês onde houve protestos públicos em memória ao massacre de 89. O local do ato foi o parque Vitória, onde todos os anos nesta data há manifestações. Pequim concede grande autonomia a Hong Kong, território acostumado ao capitalismo dos tempos de colonialismo britânico. Críticas dos EUA O Departamento de Estado criticou ontem a China por sua posição em relação ao massacre. Pediu a Pequim que liberte dissidentes e faça um relatório completo sobre o ocorrido em Tiananmen. "Pedimos outra vez que a China corrija os erros de Tiananmen", afirmou o porta-voz James Rubin. "As relações entre China e EUA não alcançarão seu máximo potencial até que Pequim faça isso." Texto Anterior: Milosevic enfrenta oposição no governo Próximo Texto: China vive transição, diz ex-líder de Tiananmen Índice |
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