São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2010

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Eleições no México tem mortes e invasão de comitê

Coordenador de presídio e mais três homens são enforcados no dia do pleito

Autoridades negam elo entre os assassinatos e o narcotráfico; escritório de partido da oposição é alvo de ação da polícia

DE SÃO PAULO

As eleições locais ocorridas em 14 Estados mexicanos foram marcadas ontem por episódios de violência e tumultos envolvendo policiais e militantes.
No Estado de Chihuahua, a procuradoria registrou 20 assassinatos. O caso mais grave foi o de quatro pessoas encontradas enforcadas em pontes movimentadas da capital. Foi registrado o ataque ao carro de um candidato do PRI (Partido Revolucionário Institucional, de oposição ao governo federal).
Entre os mortos da capital está Juan Manuel Scott, coordenador de um presídio local. Segundo a polícia, Scott foi sequestrado na tarde de sábado por homens armados e com roupas militares.
Autoridades abriram uma investigação e, apesar das fortes suspeitas de que as mortes sejam reflexo da guerra entre cartéis de narcotraficantes, negaram que os crimes estejam relacionados com o processo eleitoral.
O pleito de Chihuahua, o mais violento Estado do país, decide um governador, 22 deputados e 67 prefeitos.
As mortes de ontem sucedem o assassinato, nos últimos dias, de uma subprocuradora de Justiça e do então candidato a governador de Tamaulipas, Rodolfo Torres, que foi substituído na disputa pelo irmão Egidio.
Diversos candidatos votaram sob forte proteção policial em resposta às ameaças feitas por cartéis do tráfico. Segundo o jornal "El Universal", o medo da violência fez com que faltassem mesários em locais de votação.

VANTAGEM DO PRI
De acordo com pesquisas de boca de urna, o PRI elegeu governadores em Tlaxcala e Zacatecas, atualmente governados pela coalizão do presidente Felipe Calderón, do PAN (Partido da Ação Nacional). Segundo projeções, o PRI deve se manter no poder em nove Estados que governa, inclusive Tamaulipas.
O fracasso de Calderón no combate ao narcotráfico e o mau desempenho da economia seriam explicações para a retomada do PRI, que governou o país por 71 anos, antes de perder em 2000.
Disputas entre grupos políticos se refletiram em ações policiais. O comitê de campanha da coalizão "Hidalgo nos Une", do PAN , foi invadido pela policia, que recebera denúncia de porte de armas.
Foram detidos 12 membros do comitê, dois deles com armas. Dez já foram soltos.
O PAN denunciou motivação política, o governador de Hidalgo negou as acusações.


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