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Eleições no México tem mortes e invasão de comitê
Coordenador de presídio e mais três homens são enforcados no dia do pleito
Autoridades negam elo entre os assassinatos e o narcotráfico; escritório de partido da oposição é alvo de ação da polícia
DE SÃO PAULO
As eleições locais ocorridas em 14 Estados mexicanos
foram marcadas ontem por
episódios de violência e tumultos envolvendo policiais
e militantes.
No Estado de Chihuahua,
a procuradoria registrou 20
assassinatos. O caso mais
grave foi o de quatro pessoas
encontradas enforcadas em
pontes movimentadas da capital. Foi registrado o ataque
ao carro de um candidato do
PRI (Partido Revolucionário
Institucional, de oposição ao
governo federal).
Entre os mortos da capital
está Juan Manuel Scott, coordenador de um presídio local. Segundo a polícia, Scott
foi sequestrado na tarde de
sábado por homens armados
e com roupas militares.
Autoridades abriram uma
investigação e, apesar das
fortes suspeitas de que as
mortes sejam reflexo da guerra entre cartéis de narcotraficantes, negaram que os crimes estejam relacionados
com o processo eleitoral.
O pleito de Chihuahua, o
mais violento Estado do país,
decide um governador, 22 deputados e 67 prefeitos.
As mortes de ontem sucedem o assassinato, nos últimos dias, de uma subprocuradora de Justiça e do então
candidato a governador de
Tamaulipas, Rodolfo Torres,
que foi substituído na disputa pelo irmão Egidio.
Diversos candidatos votaram sob forte proteção policial em resposta às ameaças
feitas por cartéis do tráfico.
Segundo o jornal "El Universal", o medo da violência fez
com que faltassem mesários
em locais de votação.
VANTAGEM DO PRI
De acordo com pesquisas
de boca de urna, o PRI elegeu
governadores em Tlaxcala e
Zacatecas, atualmente governados pela coalizão do
presidente Felipe Calderón,
do PAN (Partido da Ação Nacional). Segundo projeções,
o PRI deve se manter no poder em nove Estados que governa, inclusive Tamaulipas.
O fracasso de Calderón no
combate ao narcotráfico e o
mau desempenho da economia seriam explicações para
a retomada do PRI, que governou o país por 71 anos, antes de perder em 2000.
Disputas entre grupos políticos se refletiram em ações
policiais. O comitê de campanha da coalizão "Hidalgo nos
Une", do PAN , foi invadido
pela policia, que recebera denúncia de porte de armas.
Foram detidos 12 membros
do comitê, dois deles com armas. Dez já foram soltos.
O PAN denunciou motivação política, o governador de
Hidalgo negou as acusações.
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