São Paulo, terça-feira, 05 de julho de 2011

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Irmão governador consolida sua influência dentro do chavismo

DE CARACAS

"Na hipótese improvável de que a revolução perca as eleições presidenciais em 2012, entregaríamos o poder político que ele representa como já se fez com governos estaduais e outros cargos de eleição popular."
A declaração, que seria prescindível em outros países, foi incluída estrategicamente pelo irmão de Chávez, Adán, em um texto publicado anteontem no site ligado ao governo Aporrea.
É uma resposta do governador de Barinas -o Estado natal da família Chávez- à controvérsia causada por ele, uma semana antes, quando afirmou que o chavista PSUV não deveria excluir a luta armada das opções à mesa.
A frase marcou a reentrada do irmão mais velho de Chávez -e seu mentor ideológico da juventude- na cena nacional num momento em que o presidente ainda convalescia em Cuba. Desde então, Adán, 58, foi visto ao lado do chefe das Forças Armadas com Chávez, 56, em Havana. Anteontem à noite apareceu explicando os fundamentos ideológicos da revolução num programa da TV estatal.
Para analistas -do norte-americano Eurasia Group ao experimentado analista da oposição Teodoro Petkoff- Adán tenta se posicionar dentro do PSUV em uma eventual transição. "É um recado interno", diz Petkoff.
A proximidade de Chávez e Adán, ex-embaixador em Cuba com bom laços em Havana, é comparada, guardadas as proporções, à relação que Fidel Castro mantém com seu irmão Raúl, que o sucedeu na liderança política de Cuba desde 2006.
Chávez, se quiser, pode colocar o irmão na linha direta de sucessão caso ele deixe o poder temporária ou definitivamente, já que que o cargo de vice é de livre nomeação.
Porém, enquanto Raúl sempre esteve no comando de um pilar do regime cubano -as Forças Armadas-, Adán ocupou cargos mais laterais, como Ministro da Educação, apesar de sempre orbitar como conselheiro e homem de confiança do irmão presidente.
No PSUV, teria como aliado o ex-militar e ex-superministro e agora deputado Diosdado Cabello -ele foi único a defender em público sua declaração sobre a luta armada. Ontem, Adán saiu à sacada do palácio Miraflores ao lado de Chávez e suas filhas, netos e o genro (também vice-ministro de Tecnologia, Jorge Arreazza).


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