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Para especialistas, Índia busca
destaque internacional
ISABEL VERSIANI
de Londres
O moralismo
reinante na Índia hoje é um fenômeno superficial, que reflete o anseio do
país em se firmar internacionalmente, afastando de vez a imagem de colônia subdesenvolvida.
Essa é tese defendida pelo acadêmico David Taylor, professor da
Escola de Estudos do Oriente e da
África da Universidade de Londres, Reino Unido.
Segundo Taylor, ao rejeitar a
Coca-Cola, ou um filme ocidental,
o indiano de classe média não está
recusando a modernidade, mas
tentando reafirmar que o país pode progredir à sua maneira.
Ele lembra que a Índia não está
sozinha nessa luta "esquizofrênica" contra algumas facetas da cultura ocidental, que existe também
em alguns países islâmicos.
A diferença, afirma o pesquisador, é que a Índia tem a vantagem
de ser uma nação democrática,
onde o embate político permite
que haja uma oscilação de idéias e
posições dominantes.
Um sinal da influência dessas diferenças políticas, para Taylor, é
exatamente a mudança de atitude
do partido BJP em relação à mesquita na cidade de Ayodhya.
Se a destruição do templo, em
1992, deu um impulso ao partido,
reações contrárias agora teriam
forçado o BJP a tirar o assunto de
pauta e se voltar para questões
econômicas.
Para Robert Jenkins, cientista
político da Berckbeck College, o
nacionalismo moralista do partido acabou aproximando o modelo
político da Índia ao de outros países europeus, na medida em que
teria suprimido as diferenças que
existiam no sistema de castas.
"Um partido nacionalista único
e centralizador é uma idéia ocidental", afirma o cientista.
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