São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Hamas assume ação suicida em ônibus, que matou 9; ataques em Jerusalém e estrada da Cisjordânia matam mais 4

Ataques palestinos deixam 14 mortos

Reuters
Policiais israelenses retiram pedaços de ônibus que explodiu em atentados no norte de Israel


DA REDAÇÃO

Um terrorista suicida palestino detonou explosivos presos a seu corpo em um ônibus lotado, matando pelo menos nove pessoas -sete israelenses e dois filipinos- e ferindo dezenas, numa estrada perto de Safed, no norte de Israel. O grupo extremista islâmico Hamas assumiu o atentado.
Em Jerusalém Oriental, um adolescente palestino disparou contra um caminhão israelense, matando o motorista. O terrorista e outro palestino que passava no local morreram no tiroteio com a polícia. O grupo extremista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (grupo político de Iasser Arafat), assumiu o ataque.
Na Cisjordânia, um casal israelense foi morto a tiros em emboscada em estrada. Perto de Ramallah, uma explosão em estrada feriu três soldados de Israel.
Israel anunciou que, em resposta aos ataques, suspenderá todas as negociações com autoridades palestinas sobre segurança e as medidas para amenizar a situação dos palestinos.
O ataque em Safed, na região da Galiléia, aconteceu no início da manhã em um ônibus que levava muitos soldados e trabalhadores.
Esse foi o segundo grande ataque do Hamas em menos de uma semana. Na quarta-feira, o grupo colocou uma bomba no refeitório da Universidade Hebraica de Jerusalém, matando sete pessoas.
Em comunicado divulgado após o ataque, o Hamas afirmou que o atentado de ontem foi uma resposta ao bombardeio israelense em Gaza, no dia 22 de julho, que matou um dos principais líderes do grupo e outras 13 pessoas. Palestinos festejaram o ataque de ontem num ato em Gaza.
A ANP (Autoridade Nacional Palestina), de Arafat, condenou o ataque. Mas culpou os israelenses pela violência na região.
O atentado de ontem aconteceu em um momento em que Israel intensifica suas ações na Cisjordânia, iniciadas em meados de junho, após outra onda de ataques terroristas. Entre as medidas israelenses está a demolição de casas de familiares de terroristas. Arafat pediu intervenção internacional para frear as demolições.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse estar "muito triste por saber do último atentado suicida em Israel". "Existem uns poucos assassinos que querem frear o processo de paz. Nós devemos detê-los", acrescentou.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, acusou "um terrorista palestino" de destruir nove vidas "sem nenhum objetivo" e disse que era "contraproducente" para a causa palestina.
Em Gaza, soldados israelenses mataram um palestino que tentava atacar um assentamento judaico. Em Nablus, na Cisjordânia, forças israelenses continuaram as buscas por explosivos e suspeitos.
Ao menos 1.479 palestinos e 583 israelenses morreram desde o início da Intifada (revolta palestina), em setembro de 2000.

Com agências internacionais


Próximo Texto: Governo estuda mudanças nas respostas a terrorismo palestino
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.