São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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ÁSIA

Plano piloto prevê incentivo a casal com duas filhas

Falta de mulheres leva China a repensar política de natalidade

DA EFE

Para evitar que faltem mulheres no futuro, o governo chinês estuda colocar em prática neste mês um projeto piloto em áreas rurais que relaxa a estrita política de natalidade no país, que tem cerca de 1,2 bilhão de habitantes.
Atualmente, quem tem um segundo filho recebe punições. No plano piloto, em vez de punir os casais que tiverem uma segunda criança, o governo os estimulará -desde que sejam do sexo feminino. Para cada filha, o casal receberá uma ajuda de US$ 72 anuais -valor relevante para as regiões mais pobres do país.
Até agora, o governo recompensa com subsídios temporários apenas após o nascimento da primeira criança do casal.
Temendo a punição, alguns casais optam pelo aborto. Além disso, nas áreas rurais da China, ter uma filha é considerado um mau negócio.
É preferível ter um filho a uma filha, pois o homem é considerado mais útil para o trabalho na terra, garante a preservação do sobrenome família, e os pais se sentem desprotegidos com uma filha, pois a mulher passa a "pertencer" à família do marido quando se casa.
Devido à atual política, além dos abortos, muitas meninas são deixadas sozinhas. Os orfanatos estão cheios de crianças do sexo feminino e começa a crescer o desequilíbrio entre homens e mulheres. Na China, nascem atualmente 117 meninos para cada 100 meninas -em algumas Províncias a proporção é de 130 para cada 100. A média mundial é de 107 homens para cada 100 meninas.
Se for bem-sucedido, o plano será estendido a todo o país.


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