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Bispos cubanos pedem que fiéis rezem; governo não dá detalhes da operação
DA REDAÇÃO
A Conferência Episcopal Cubana divulgou ontem nota em
que pede aos católicos que rezem pela saúde de Fidel Castro.
Também fez votos de que a
convivência pacífica entre o regime comunista e a igreja "não
seja prejudicada" por fatores
internos ou externos ao país.
O texto, bastante conciliador,
será lido em todas as igrejas cubanas nas missas de amanhã.
As relações entre a igreja e
Fidel foram bastante difíceis
desde que o regime se instalou,
em 1959. Elas evoluíram nos
anos 80 e tiveram seu melhor
período em 1998, quando João
Paulo 2º visitou a ilha.
Com a morte do papa, em
abril do ano passado, Fidel assinou um livro de condolências,
na Nunciatura Apostólica, e assistiu à missa pelo papa na catedral de Havana, na qual não entrava havia 40 anos.
Enquanto isso, as autoridades e a mídia oficial prosseguiam pelo terceiro dia em silêncio, sem dar informações
mais específicas sobre o estado
de saúde do ditador de 79 anos.
O ministro cubano da Saúde,
José Ramon Balaguer, disse em
visita à Guatemala que Fidel se
recupera de uma cirurgia e "em
breve reassumirá suas funções". Como fizeram nos dias
anteriores outras autoridades,
ele não deu detalhes, o que tornou sua declaração protocolar.
Em Paris, a entidade Repórteres Sem Fronteira protestou
contra a decisão das autoridades cubanas de "manter distante a imprensa internacional",
ao negar vistos de ingresso a
jornalistas e ao expulsar repórteres estrangeiros de Havana.
A entidade acusa o governo
de ter impedido o desembarque
de no mínimo seis jornalistas
na quarta-feira. "O governo,
acostumado a vigiar a imprensa
estrangeira, reforçou o controle de acesso à ilha", afirma.
Um jornalista inglês que trabalhou alguns dias e em seguida foi expulso teve seu computador revistado por policiais no
aeroporto. Eles se apoderaram
dos nomes de suas fontes cubanas e em seguida apagaram todos os arquivos sobre Cuba.
A rede CNN contratou Alina
Fernández, filha do ditador cubano exilada nos Estados Unidos desde 1993, como comentarista em suas coberturas sobre
a ilha. Ela disse ontem que Raúl
Castro não tem o carisma de
seu pai e não pretende imitá-lo.
Mas afirmou que o tio é um homem forte, em razão do controle sobre as Forças Armadas.
O "Granma", principal jornal
da ditadura, esforçou-se ontem
para pôr Raúl em primeiro plano. Reproduziu em primeira
página a notícia e a fotografia
de sua prisão, em 1953, durante
a ditadura de Batista.
O jornal também qualifica os
exilados em Miami de "grupinho de tresnoitados de extrema-direita" e afirma que a palavra transição não faz parte do
vocabulário dos cubanos. O governo de Raúl Castro -ele continua a se esconder da mídia-
publicou sua primeira nota, em
que condena as incursões de Israel no Líbano.
Com agências internacionais
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