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FOCO
Cadela levada ao Iraque volta com estresse pós-traumático
DE SÃO PAULO
Enviada à Guerra do Iraque aos dois anos de idade, a
cadela pastor-alemão Gina tinha como tarefa farejar explosivos quando os soldados
entravam numa casa. Nas
operações, expunha-se ao
estouro de granadas e a bombas de fumaça. Certa vez, seu
comboio foi atacado -por
sorte, ela escapou ilesa.
Quando, seis meses depois, Gina completou a missão e voltou aos EUA, seus
treinadores se espantaram
ao notar que ela tremia e endurecia as patas quando levada a qualquer edifício.
O veterinário deu o diagnóstico: Gina estava com
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), distúrbio
que, dizem alguns especialistas, afeta cães da mesma maneira que humanos.
"Ela tinha todos os sintomas", disse à agência Associated Press o sargento Eric
Haynes. "Ela tinha medo de
todo mundo."
O TEPT é comum entre
quem vivencia situações de
ameaça à vida, e seus sintomas incluem pesadelos e
nervosismo frequente. Entre
animais, porém, é mais difícil diagnosticá-lo, e alguns
veterinários evitam o termo.
Apesar disso, o veterinário
Nicholas Dodman, da Universidade Tufts, afirma que
os cães podem sofrer um distúrbio "que é quase o mesmo, senão o mesmo, que o
TEPT em humanos".
Hoje, após um ano de tratamento, Gina está bem melhor. Passeios frequentes
com pessoas amigáveis e a
volta gradual à vida militar
surtiram efeitos.
Graças ao progresso, ela
retomou algumas de suas atividades, procurando bombas perto de sua base militar
no Colorado. E talvez, diz
Haynes, ela possa até voltar a
executar tarefas como as do
Iraque -o que, porém, levará
ao menos um ano.
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