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ONU será mediadora entre Israel e Hizbollah, diz Annan
Negociação indireta visa soltar soldados capturados em ação que deflagrou a guerra
Qatar torna-se o primeiro país árabe a anunciar envio
de soldados para a força internacional destinada a
garantir a trégua no Líbano
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, anunciou ontem
que vai nomear um negociador
para mediar secretamente entre Israel e o grupo xiita Hizbollah a libertação dos dois soldados capturados em julho. "Os
dois lados aceitaram o esforço
do secretário-geral para ajudar
a resolver o problema", disse
Annan durante visita à Arábia
Saudita, oitava parada de sua
viagem ao Oriente Médio.
Israel reagiu ao anúncio dizendo que o papel da ONU é garantir a libertação dos soldados. "Um mediador não é necessário", disse um assessor do
governo. "A resolução da ONU
determina que os soldados devem ser soltos incondicionalmente. O secretário-geral da
ONU irá ajudar, não mediar."
O ministro da Energia do Líbano, Mohammed Fneish, que
pertence ao alto escalão do Hizbollah, disse que não estava autorizado a comentar o anúncio
de Annan, mas reiterou que o
"princípio básico" aceito pelo
grupo é "conduzir uma troca de
prisioneiros por meio de negociações indiretas".
A libertação dos dois soldados israelenses capturados pelo
Hizbollah em um ataque no dia
12 de julho, que deflagrou a
guerra, é uma das principais
exigências da resolução da
ONU que estabeleceu o cessar-fogo, após 34 dias de combates.
Annan disse que a ONU e Israel
já escolheram seus representantes na negociação, mas o
que ele chamou de "Líbano-Hizbollah" ainda não.
Bloqueio
O governo libanês encaminhou um protesto ao Conselho
de Segurança da ONU contra o
bloqueio aéreo e marítimo que
Israel mantém há oito semanas
sobre o país. Desafiando o bloqueio, um avião da Qatar Airways procedente de Doha pousou ontem no aeroporto de Beirute. Israel, que exige que todos
os vôos com destino à capital libanesa façam uma escala de segurança na Jordânia, disse que
autorizou o vôo do Qatar.
Israel também afrouxou o
bloqueio marítimo. Segundo a
publicação inglesa "LLoyd's
List", especializada no setor
portuário, algumas embarcações estavam recebendo permissão para atracar no Líbano,
sobretudo as que transportam
petróleo e produtos básicos.
Qatar
O Qatar tornou-se ontem o
primeiro país árabe a anunciar
o envio de soldados para a força
da ONU que será posicionada
no sul do Líbano para garantir o
cessar-fogo. O país do golfo
Pérsico, que não tem laços diplomáticos com Israel, mas relações comerciais de baixo nível desde 1996, prometeu contribuir com até 300 homens.
Cerca de 200 soldados franceses deixaram ontem o porto
de Toulon a bordo de um navio
da Marinha rumo ao Líbano. A
França prometeu enviar 2.000
homens. Um contingente de
900 soldados italianos chegou
ao sul do Líbano no fim de semana. A contribuição italiana, a
mais numerosa, deve chegar a
3.000 homens.
Com agências internacionais
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