São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

4 membros de mesma família são atacados

DE NOVA YORK

Não é a primeira vez que Staten Island vê uma onda de violência contra mexicanos. Em 2003, foram registrados 21 casos. Desde então, dizem moradores, as agressões nunca cessaram.
Numa madrugada de junho, Blanca Galindo, 36, viu o pai de 53 anos chegar em casa com o rosto ensanguentado.
"Eu estava dormindo quando ele chegou e não quis me acordar. Tomou duas cervejas para ver se a dor diminuía, mas não funcionou. Ele não queria ir ao hospital, com medo de perder o emprego. Acabou ficando três dias na terapia intensiva", conta Blanca.
Alejandro Galindo, seu pai, voltava de bicicleta do trabalho quando uma gangue o cercou e o agrediu, "gritando insultos", mas sem roubar nada. Já era o quarto caso na família de Blanca.
"O primeiro foi o meu irmão, há uns oito anos. Um ano depois, o meu marido, que chegou a ter a cabeça cortada com uma garrafa."
No terceiro, o marido de Blanca foi vítima de agressores armados. Nenhum dos casos terminou em homicídio.
Moradora de Staten Island há 15 anos, ela diz ter medo de andar na rua, mas não quer voltar ao México, "onde há muita violência, por causa do tráfico".
Afirma que tampouco tem dinheiro para se mudar para outro bairro ou cidade dentro dos EUA. "Temos de aprender a viver com isso."
Enquanto o problema não se resolve, os latinos de Staten Island têm desenvolvido o hábito de não andar sozinhos e nem em ruas escuras. Mesmo assim, ainda preferem os EUA. (CF)


Texto Anterior: Distrito de NY é palco de violência contra mexicanos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.