São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2005

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ESTUDO

Relatório aponta que 10 mi com idades entre 15 e 24 anos têm HIV ou Aids; pobreza atinge 11,1 mi na América Latina e no Caribe

Mais de 200 mi de jovens são pobres, diz ONU

DA REDAÇÃO

Em todo o mundo, 208,6 milhões de jovens com idades entre 15 e 24 anos, ou 18% do total, vivem com menos de US$ 1 por dia, segundo relatório do Conselho Econômico e Social da ONU divulgado ontem. A cifra sobe para 515 milhões, ou 45%, se considerados aqueles que vivem com menos de US$ 2 diários.
Atrás da Ásia e da África subsaariana, a América Latina e o Caribe concentram 11,1 milhões de jovens pobres com renda inferior a US$ 1 por dia e 27,2 milhões com menos de US$ 2.
Segundo o informe, 18% da população mundial é constituída hoje de jovens - são 1,1 bilhão, dos quais 85% estão nos países em desenvolvimento.
O relatório alerta ainda para a alta incidência de Aids e do vírus HIV entre a população jovem: são 10 milhões em todo o mundo, dos quais 6,2 milhões estão na África ao sul do Saara e 2,2 milhões na Ásia. Quase um quarto dos portadores do vírus HIV tem menos de 25 anos.
O documento atribui a alta taxa de infecção pelo vírus ao crescente consumo indevido de álcool e de drogas, citando dados segundo os quais, na Ásia central e na Europa oriental, 25% dos usuários de drogas injetáveis são menores de 20 anos.

Políticas
"A maioria das iniciativas de redução da pobreza continua sem integrar plenamente as questões relacionadas com a pobreza juvenil nas estratégias nacionais de crescimento que prevêem o desenvolvimento da infra-estrutura e modificações da política agrária direcionados aos pobres", critica o relatório.
Citando números da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o texto indica que o desemprego juvenil aumentou de 11,7% em 1993 para 14,4% em 2003, alcançando um máximo histórico de 88 milhões de jovens.
E alerta: "Preocupa cada vez mais os formuladores de políticas que a frustração que causa o desemprego prolongado entre alguns jovens urbanos desemboque numa comoção política e ideológica e em violência".
"Também se diz que esses jovens sem trabalho nem benefícios que chegaram à sociedade como parte de um enorme "boom demográfico" podem chegar a questionar as autoridades do Estado e a pôr em perigo sua estabilidade", acrescenta o texto da ONU, fazendo a ressalva de que uma relação de causa entre o desemprego juvenil e o terrorismo não está provada.


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