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ESTUDO
Relatório aponta que 10 mi com idades entre 15 e 24 anos têm HIV ou Aids; pobreza atinge 11,1 mi na América Latina e no Caribe
Mais de 200 mi de jovens são pobres, diz ONU
DA REDAÇÃO
Em todo o mundo, 208,6 milhões de jovens com idades entre
15 e 24 anos, ou 18% do total, vivem com menos de US$ 1 por dia,
segundo relatório do Conselho
Econômico e Social da ONU divulgado ontem. A cifra sobe para
515 milhões, ou 45%, se considerados aqueles que vivem com menos de US$ 2 diários.
Atrás da Ásia e da África subsaariana, a América Latina e o Caribe concentram 11,1 milhões de
jovens pobres com renda inferior
a US$ 1 por dia e 27,2 milhões com
menos de US$ 2.
Segundo o informe, 18% da população mundial é constituída
hoje de jovens - são 1,1 bilhão,
dos quais 85% estão nos países
em desenvolvimento.
O relatório alerta ainda para a
alta incidência de Aids e do vírus
HIV entre a população jovem: são
10 milhões em todo o mundo, dos
quais 6,2 milhões estão na África
ao sul do Saara e 2,2 milhões na
Ásia. Quase um quarto dos portadores do vírus HIV tem menos de
25 anos.
O documento atribui a alta taxa
de infecção pelo vírus ao crescente consumo indevido de álcool e
de drogas, citando dados segundo
os quais, na Ásia central e na Europa oriental, 25% dos usuários
de drogas injetáveis são menores
de 20 anos.
Políticas
"A maioria das iniciativas de redução da pobreza continua sem
integrar plenamente as questões
relacionadas com a pobreza juvenil nas estratégias nacionais de
crescimento que prevêem o desenvolvimento da infra-estrutura
e modificações da política agrária
direcionados aos pobres", critica
o relatório.
Citando números da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), o texto indica que o desemprego juvenil aumentou de 11,7%
em 1993 para 14,4% em 2003, alcançando um máximo histórico
de 88 milhões de jovens.
E alerta: "Preocupa cada vez
mais os formuladores de políticas
que a frustração que causa o desemprego prolongado entre alguns jovens urbanos desemboque numa comoção política e
ideológica e em violência".
"Também se diz que esses jovens sem trabalho nem benefícios
que chegaram à sociedade como
parte de um enorme "boom demográfico" podem chegar a questionar as autoridades do Estado e
a pôr em perigo sua estabilidade",
acrescenta o texto da ONU, fazendo a ressalva de que uma relação
de causa entre o desemprego juvenil e o terrorismo não está provada.
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