São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Iraque compra US$ 100 mi em armamento da China

Presidente Talabani diz que EUA não conseguem atender demanda iraquiana

Câmara aprova lei que permite julgar em cortes dos EUA agentes particulares de segurança que operem em zonas de conflito

DA REDAÇÃO

O governo iraquiano encomendou recentemente US$ 100 milhões em armamento leve da China. A informação foi dada ao jornal americano "Washington Post" pelo presidente do Iraque, Jalal Talabani.
Segundo Talabani, que está nos EUA, o contrato de importação com a China deve-se à incapacidade dos americanos de suprir o país do Oriente Médio com as armas de que necessita para municiar seu Exército e seus policiais. "A capacidade das fábricas [de armas] aqui não basta para nos suprir rapidamente", disse o presidente do Iraque ao "Post", queixando-se também da demora na entrega das encomendas.
O negócio com a China preocupa analistas militares, que ressaltaram ao periódico americano que o governo do Iraque não consegue impedir que muitas dessas armas que chegam dos EUA caiam nas mãos da insurgência. De fato, um relatório do governo americano divulgado neste ano concluiu que não há registro de destino de 30% do armamento que os EUA distribuíram às forças de segurança iraquianas desde 2004.
O governo dos EUA admite que não tem conseguido atender à demanda de armas do Iraque. Além de "problemas para a entrega", segundo o "Washington Post", as fábricas têm voltado sua produção primeiramente para suprir as próprias forças americanas, diz Washington.

Blackwater
Ontem a Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA aprovou projeto que torna todos os funcionários de empresas privadas trabalhando no Iraque e em outras áreas de combate suscetíveis a julgamento por cortes americanas.
A medida suprime o vácuo legal em que operam os agentes de empresas de segurança que trabalham no Iraque, embora não dê ao governo iraquiano o direito de os julgar.
Em 16 de setembro último, agentes da companhia de segurança dos EUA Blackwater envolveram-se em um tiroteio em Bagdá no qual morreram 11 iraquianos, dez deles civis. O caso gerou protestos do governo do Iraque e trouxe à tona a questão da impunidade desse agentes, garantida pela Ordem 17.
Assinada em 2004, no então governo provisório dos EUA, a ordem estabelece que os "soldados privados" no país estão imunes à Justiça iraquiana.


Com agências internacionais e o "New York Times"


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