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Conserto de hidrelétrica sofre atraso
Previsão inicial era de que a hidrelétrica construída por empresa brasileira voltaria a funcionar ontem
Novo prazo é para meados deste mês; governo de Quito mantém decreto que impede dois funcionários da Odebrecht de sair do país
DE CARACAS
Paralisada desde junho,
a usina hidrelétrica de San
Francisco, construída pela
empresa brasileira Odebrechet no Equador, só
deve entrar em funcionamento entre os dias 18 e 20
deste mês, informou Ítalo
Centanaro, o presidente
da Hidropastaza, controladora equatoriana da hidrelétrica.
O atraso nos reparos -a
previsão era de que as
obras fossem concluídas
ontem- deve adiar a revogação do decreto presidencial que arrestou os
bens da Odebrecht e mantém dois de seus funcionários impedidos de deixar o
Equador.
A usina foi inaugurada
há 14 meses, mas deixou
de produzir devido ao desgaste prematuro das rodas
d'água das turbinas e do
desabamento parcial do
túnel por onde passa a
água. O governo equatoriano aponta suposta má
qualidade na obra; a Odebrecht diz que os problemas foram causados pela
erupção de um vulcão, que
lançou dejetos na água.
Responsável pelas obras
de reparação, a Odebrecht
argumenta que o decreto
emitido há 12 dias dificultou os trabalhos na usina.
Desde 23 de setembro, as
instalações da empresa estão militarizadas, e dois de
seus diretores, Fernando
Bessa e Eduardo Gedeon,
permanecem refugiados
na residência da Embaixada do Brasil em Quito,
após terem seus direitos
constitucionais cassados.
Assinado pelo presidente Rafael Correa, o decreto, que ainda interveio em
outros quatro projetos da
Odebrecht no país, afirma
que a paralisação da usina
provocou uma situação de
"emergência" ao colocar o
país sob o risco de apagões.
Em declarações ao jornal "El Comercio", Ítalo Centanaro, que preside a empresa controladora da San Francisco, afirma que a usina gerará inicialmente 212 dos 230 MW, sua capacidade máxima. A central responde por 12% da produção elétrica do Equador.
Na quarta-feira, a Odebrecht confirmou ter aceitado os pontos exigidos pelo governo Correa, que envolvem o depósito de garantia de US$ 43,8 milhões vinculado à contratação de uma auditoria internacional para apurar responsabilidades pela paralisação da usina. A empresa também assumiu os custos do conserto, estimados em US$25 milhões.
Mesmo com o acordo, Correa disse que continua disposto a expulsar a Odebrecht do país.
"Estamos analisando as questões técnicas, jurídicas e econômicas, mas a princípio a minha vontade é que não voltem", disse na quarta-feira à Folha.
(FABIANO MAISONNAVE)
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