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Ataque mata 8 americanos no Afeganistão
Violência crescente deve influenciar decisão de presidente americano quanto ao envio de mais tropas
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
As forças americanas no Afeganistão sofreram no sábado o
ataque mais violento desde julho do ano passado. Oito americanos e dois soldados afegãos
foram mortos durante um ataque a postos avançados perto
da fronteira com o Paquistão,
na Província de Nuristan.
As mortes ocorreram no momento em que os americanos
estudam abandonar esses postos avançados e se concentrar
em áreas mais populosas, seguindo a estratégia anunciada
pelo general Stanley
McChrystal, comandante das
forças americanas e da Otan, a
aliança militar ocidental, na região. Segundo o porta-voz das
forças aliadas no Afeganistão,
coronel Wayne Shanks, os ataques não vão alterar os planos.
Os americanos têm sofrido
baixas no lado leste, onde tentam controlar a passagem pelas
montanhas usadas pelo Taleban como rotas para o Paquistão. Em julho do ano passado,
nove americanos morreram
em conflito em uma Província
próxima a Nuristan.
A violência crescente no conflito deverá ser levada em conta
pelo presidente dos EUA, Barack Obama, que deve decidir
se envia ou não mais tropas ao
país. O ataque começou na manhã de sábado, quando os postos foram sitiados por insurgentes munidos de revólveres,
granadas e rifles.
Durante a operação, policiais
afegãos foram capturados. Os
americanos atribuíram a autoria do ataque a uma milícia tribal, mas o governador da Província, Jamaluddin Baddar,
disse que um comandante do
Taleban chamado Dost Muhammed liderou a ofensiva.
O porta-voz do Taleban, Zabiullah Mujahed, disse que sete
combatentes do grupo foram
mortos. Em outro ataque no sábado, um soldado americano
morreu por conta de ferimentos após ser atingido por uma
bomba no leste do país.
Fraude nas eleições
O adversário do presidente
Hamid Karzai nas eleições de
agosto (em fase de recontagem
de votos), Abdullah Abdullah,
acusou a ONU de favorecer o
presidente no pleito.
Em texto publicado no "Washington Post", o diplomata Peter Galbraith, que até semana
passada era o número dois da
missão da ONU no país, diz ter
sido orientado a não compartilhar informações sobre fraudes
detectadas no pleito. Ele foi demitido sob a alegação de "choque de personalidade" com seu
superior, o diplomata Kai Eide.
Ele diz que cerca de 30% dos
votos de Karzai foram fraudados e que em províncias como
Candahar foram contados de 4
a 10 vezes o número de votos
nas urnas. Uma comissão está
auditando parte dos votos suspeitos, e o resultado pode ser
divulgado nesta semana.
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