São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2011

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Bulgária usa visita de Dilma para 'vender' país aos brasileiros

Presidente Georgi Parvanov diz à Folha que viagem da presidente, que chegou ontem, resultará em negócios

Dilma tem agenda que mescla compromissos oficiais com visita à cidade de origem do pai, que migrou ao Brasil

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA

A Bulgária quer unir emoção e negócios na visita de dois dias que a presidente Dilma Rousseff, de ascendência búlgara, faz ao país. Com desemprego crescente (11,5% no geral da população e 27% entre os jovens) e economia estagnada (cresceu 0,3% no segundo trimestre), a Bulgária está em busca de dinheiro.
"A visita irá mostrar aos empresários brasileiros que a Bulgária é um bom lugar para investir", disse o presidente do país, Georgi Parvanov, em entrevista exclusiva concedida à Folha.

 


Folha - Esta é uma viagem sentimental da presidente Dilma à terra natal de seu pai. Como transformá-la em algo economicamente válido para os dois países?
Georgi Paranov -
A emoção é mútua. Tanto para a presidente Dilma, como para nós. Não devemos procurar as dimensões materiais em tudo, mas tenho certeza de que a visita melhorará nossas relações. Irá mostrar aos empresário brasileiros que a Bulgária é um bom lugar para investir.

O comercio entre Brasil e Bulgária é pequeno; somou menos de € 50 milhões no primeiro semestre. O que a Bulgária tem a oferecer ao Brasil?
Podemos exportar máquinas, produtos agrícolas e componentes de informática. Já a Bulgária pode ser usada pelo Brasil como porta de entrada para a União Europeia.

A Bulgária enfrenta aumento de desemprego e baixo crescimento do PIB. Até que ponto a crise na Europa afeta o país?
Somos dependentes do mercado europeu, mas conseguimos manter a estabilidade financeira na crise. Porém, precisamos ampliar nosso comércio exterior.

A situação da Bulgária estaria pior se já tivesse aderido ao euro?
É difícil fazer raciocínio hipotético. A Bulgária não conseguiu entrar na zona do euro porque não cumpriu alguns dos parâmetros fiscais exigidos, mas também porque isso traria enormes dificuldades à nossa economia.

O senhor é de um partido de esquerda num país capitalista. A presidente Dilma também. Não há mais lugar para o modelo socialista no mundo?
Ao contrário. Isso prova que quando há produção desenvolvida, é necessário a distribuição das riquezas de forma desenvolvida. Antes, na Bulgária, dominava a ideia de que o Estado não deveria participar da economia. No momento de crise, vemos o papel fundamental do Estado no Ocidente. É preciso encontrar um balanço entre a esquerda, que preza mais o social, e a direita, que defende a liberação econômica.

A Bulgária tem sérios problemas de corrupção, o Brasil também. Como resolvê-los?
São necessárias mudanças radicais no Legislativo e nos mecanismos de financiamentos dos partidos. É preciso criar na população um sentimento de intolerância com relação à corrupção.

Leia a íntegra da entrevista
folha.com/no985628



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