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ÁFRICA
Al Qaeda usou Somália como base de ataque
DA REDAÇÃO
Uma investigação conduzida
pela ONU concluiu que os ataques de 2002 a um hotel e a um
avião israelense no Quênia foram
cometidos por membros da Al
Qaeda que usaram a Somália como base de operações.
O relatório preliminar da ONU
avalia que, num futuro próximo,
novos atentados possam ser desferidos a partir da Somália, país
classificado pelo Departamento
de Estado americano como "refúgio seguro e potencial local de reprodução de redes terroristas".
Os quatro investigadores apontados no início deste ano pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para apurar violações ao embargo de armas imposto à Somália em 1992 afirmam que o país
serviu de base de treinamento,
centro de compra de armamentos
e esconderijo para a célula da Al
Qaeda responsável pelos ataques
no Quênia.
O relatório, que será apresentado ao Conselho de Segurança da
ONU na próxima semana, diz
ainda que os investigadores obtiveram informações sobre encomendas recentes de armamentos
destinadas "a ataques terroristas
em países vizinhos".
Vantagens da Somália
Localizada ao lado do Quênia,
país simpático aos Estados Unidos e um dos principais destinos
de turistas israelenses, a Somália
oferece uma série de vantagens
aos grupos terroristas: fronteiras
desprotegidas, um sistema financeiro sem controle rígido e um vigoroso mercado ilegal de armas.
Soma-se a isso a falta de um governo central desde 1991, quando
o ditador Said Barre foi derrubado. A ausência de comando no
país é tanta que um empresário
local, Abdinur Ahmed Darman,
chegou a autodeclarar-se presidente e anunciar que atendia pelo
e-mail somalipresidency@yahoo.com.
No ataque de 28 de novembro
do ano passado, 15 pessoas morreram quando terroristas suicidas
jogaram um carro cheio de explosivos contra um hotel de propriedade israelense em Kikambala.
Na mesma ocasião, os terroristas também lançaram dois mísseis terra-ar contra um jato de Israel que decolava de Mombaça,
errando por pouco o alvo.
Segundo o relatório da ONU, os
terroristas, que usavam como fachada para suas atividades na Somália uma empresa de pesca de
lagosta, compraram mísseis soviéticos em Mogadício e entraram
e saíram do Quênia de barco.
Depois do 11 de Setembro, os
Estados Unidos apontaram a Somália como uma possível base de
operações para terroristas e chegaram a bloquear as ações de um
grupo bancário somali que estaria
financiando a Al Qaeda. Para
combater terroristas na região, os
EUA estabeleceram uma base militar no vizinho Djibuti.
Com agências internacionais
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