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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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ÁFRICA

Al Qaeda usou Somália como base de ataque

DA REDAÇÃO

Uma investigação conduzida pela ONU concluiu que os ataques de 2002 a um hotel e a um avião israelense no Quênia foram cometidos por membros da Al Qaeda que usaram a Somália como base de operações.
O relatório preliminar da ONU avalia que, num futuro próximo, novos atentados possam ser desferidos a partir da Somália, país classificado pelo Departamento de Estado americano como "refúgio seguro e potencial local de reprodução de redes terroristas".
Os quatro investigadores apontados no início deste ano pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para apurar violações ao embargo de armas imposto à Somália em 1992 afirmam que o país serviu de base de treinamento, centro de compra de armamentos e esconderijo para a célula da Al Qaeda responsável pelos ataques no Quênia.
O relatório, que será apresentado ao Conselho de Segurança da ONU na próxima semana, diz ainda que os investigadores obtiveram informações sobre encomendas recentes de armamentos destinadas "a ataques terroristas em países vizinhos".

Vantagens da Somália
Localizada ao lado do Quênia, país simpático aos Estados Unidos e um dos principais destinos de turistas israelenses, a Somália oferece uma série de vantagens aos grupos terroristas: fronteiras desprotegidas, um sistema financeiro sem controle rígido e um vigoroso mercado ilegal de armas.
Soma-se a isso a falta de um governo central desde 1991, quando o ditador Said Barre foi derrubado. A ausência de comando no país é tanta que um empresário local, Abdinur Ahmed Darman, chegou a autodeclarar-se presidente e anunciar que atendia pelo e-mail somalipresidency@yahoo.com.
No ataque de 28 de novembro do ano passado, 15 pessoas morreram quando terroristas suicidas jogaram um carro cheio de explosivos contra um hotel de propriedade israelense em Kikambala.
Na mesma ocasião, os terroristas também lançaram dois mísseis terra-ar contra um jato de Israel que decolava de Mombaça, errando por pouco o alvo.
Segundo o relatório da ONU, os terroristas, que usavam como fachada para suas atividades na Somália uma empresa de pesca de lagosta, compraram mísseis soviéticos em Mogadício e entraram e saíram do Quênia de barco.
Depois do 11 de Setembro, os Estados Unidos apontaram a Somália como uma possível base de operações para terroristas e chegaram a bloquear as ações de um grupo bancário somali que estaria financiando a Al Qaeda. Para combater terroristas na região, os EUA estabeleceram uma base militar no vizinho Djibuti.


Com agências internacionais


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