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Presidente diz que ganhou capital político
DE WASHINGTON
George W. Bush afirma que ganhou "capital político" com os 59
milhões de votos que recebeu na
eleição e que agora vai usá-lo para
fazer avançar no Congresso a sua
agenda, considerada conservadora pela oposição. "Ganhei capital
nesta campanha, um capital político. Agora, vou gastá-lo", disse,
ao delinear algumas das reformas.
Questionado em entrevista se,
apesar do "capital político", não o
incomodava a profunda divisão
entre os eleitores religiosos que
votaram nele e os menos religiosos que votaram no democrata
John Kerry, Bush afirmou: "Mesmo que você não reze, você é tão
patriota quanto o seu vizinho.
Não creio que esse país ficará dividido por causa de religião."
Nos próximos quatro anos,
Bush tomará decisões que vão influenciar anos e décadas à frente
depois que tiver deixado a Presidência, em janeiro de 2009. Daí a
preocupação com a forte guinada
conservadora saída das urnas.
Um dos principais receios é em
relação às nomeações de novos
juizes com cargos vitalícios para a
Suprema Corte. Com média de
idade avançada, espera-se que
mais de dois juizes venham a ser
substituídos no seguindo mandato do presidente por representantes muito mais conservadores.
Na área de costumes, Bush deve
tentar passar novamente uma
mudança constitucional que
proíbe nacionalmente o casamento entre homossexuais.
A expectativa é que também aumente a proporção do Orçamento destinada a programas sociais
que estejam vinculados a movimentos religiosos, como já ocorreu no primeiro mandato.
Na economia, o presidente também terá o direito de nomear o
novo presidente do Fed (o Banco
Central) dos EUA em 2006. O novo indicado estará no cargo durante pelo menos a metade do
mandato do próximo presidente.
No Congresso, as duas principais medidas que Bush pretende
aprovar são um aprofundamento
do corte de impostos para os mais
ricos e a privatização de parte do
sistema previdenciário.
O Partido Democrata, minoritário e que saiu enfraquecido da
eleição, é contra as duas medidas.
"Vamos trabalhar com quem
persegue os nossos objetivos",
disse Bush, ao responder como
será a relação no Congresso com
os democratas derrotados.
A privatização de parte da Previdência americana permitiria
que os mais jovens tenham liberdade para investir como acharem
melhor o dinheiro que receberiam só na aposentadoria.
O problema é que a transição
entre os sistemas requer US$ 2 trilhões para garantir que os que estão se aposentando agora recebam seus benefícios, mesmo que
os mais jovens deixem de financiá-los. Bush também voltou a
prometer mais cortes de impostos
em seu segundo mandato, apesar
do déficit fiscal recorde atual.
Para o presidente, o buraco nas
contas públicas será "reduzido à
metade com crescimento, mais
arrecadação e corte de despesas".
Sobre alterações de equipe,
Bush disse que elas "vão ocorrer,
como em qualquer segundo mandato". Ele afirmou que pensará no
assunto na casa de campo da Presidência, em Camp David, para
onde viajou ontem.
(FCz)
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