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Na Pensilvânia, democratas rastreiam eleitor em casa
HELOISA PAIT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM PITTSBURGH
Em 1992 Sewickley, antigo
subúrbio de Pittsburgh, parecia
zona proibida para uma democrata como a tradutora Jeanne
Zang, 59. Até que em 2004 um
vizinho lhe convidou para uma
reunião pró-John Kerry no
Starbucks local. Vieram quatro
pessoas, mas a campanha decolou -e o democrata, embora
derrotado por Bush, venceu lá.
Já a campanha de Obama em
Sewickley começou ainda nas
primárias. E dois meses atrás a
Organização Democrata de
Quaker Valley, que opera independentemente da Campanha
de Obama, alugou uma antiga
lavanderia na Beaver Street,
rua charmosa do subúrbio, ao
lado de pequenas lojas, sapatarias, cafés e joalherias.
"Estamos indo muito bem",
diz Barry Pitek, 56, agente de
seguros e chefe da organização
que reformou e mobiliou a lavanderia com doações em espécie e em trabalho de democratas locais. Com muito café e comida à disposição, os voluntários ficam ao telefone tentando
fazer com que os eleitores de
fato cheguem às urnas.
Mas esse esforço final não é
apenas local. Um banco de dados sofisticado no endereço
www.votebuilder.com, administrado pela campanha de
Obama, traz dados públicos sobre os eleitores, aos quais são
adicionadas informações coletadas nos últimos meses sobre
as intenções de voto. Das seções eleitorais vão chegando as
listas de quem já votou.
Quem declarou voto a Obama mas ainda não tinha ido às
urnas foi alvo dos telefonemas.
Se necessário, a campanha pegava o eleitor precioso em casa
e levava para seu local de votação. Para Barry, esse esforço todo se justifica, pois "parece haver mais em jogo dessa vez".
Com sua rua principal e uma
certa diversidade étnica, Sewickley foge do estereótipo do subúrbio americano sem calçadas, sem comércio e sem graça.
Muitos moradores descendem
dos empregados domésticos
que trabalhavam nos palácios
do subúrbio vizinho, Sewickley
Heights, construídos no início
do século 20, como conta a escritora Autumn Redcross, 40,
autora de "African Americans
in Sewickey Valley".
A dez minutos, atravessando
o rio Ohio, o subúrbio de Moon
Township também tem uma
particularidade: um bolsão de
casas populares, construídas
para operários da indústria bélica durante a Segunda Guerra
Mundial. Mooncrest, a meia
hora de carro de Pittsburgh, enfrenta os mesmos problemas
de bairros abandonados nas
grandes cidades americanas,
como crime e desemprego.
"Esta eleição está aproximando as pessoas", diz Jeanne,
que se preocupa com as divisões raciais, sociais e ideológicas no país. Não foi fácil, entretanto, obter entrevistas com republicanos. Talvez eles se sintam como Jeanne em 1992.
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