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Lei obriga TV paga a incluir canal pró-Cristina
Direct TV inclui em grade rede de
empresário ligado à presidente
Operadora também
deverá veicular todos
os sinais públicos ou
com participação do
Estado argentino
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
A nova lei de mídia argentina levou a operadora de TV
via satélite Direct TV a retirar
do ar o canal cultural (á) para
introduzir em sua grade o
CN23, rede de notícias que
pertence a um empresário
próximo à presidente do
país, Cristina Kirchner.
A medida, que deixou
mais de 1 milhão de assinantes argentinos sem o (á),
cumpre em parte uma resolução do governo que exige a
inclusão de sinais específicos
na grade da TV paga.
Além do CN23, devem ser
transmitidos Telesur -canal
multiestatal com sede na Venezuela- e todos os sinais
públicos ou com participação do Estado argentino.
A substituição feita pela
Direct TV foi necessária porque a capacidade de transmissão da empresa saturou,
segundo a mídia local, o que
exige a exclusão de sinais para cumprir a lei de mídia.
Patrocinada pelo governo,
a lei foi aprovada pelo Congresso em 2009, mas a regulamentação só foi publicada
há dois meses, após uma série de contestações judiciais.
Para a oposição, a obrigatoriedade de transmissão do
CN23 evidencia os esforços
de Cristina para alavancar o
empresário Sergio Szpolsky,
dono de veículos impressos
com orientação editorial favorável ao governo.
A Pramer, empresa que
produz e distribuí o canal (á),
diz que está negociando com
a Direct TV e com o governo
para voltar a transmitir. Além
dos argentinos, cerca de 1,5
milhão de assinantes de outros países da América do Sul
também ficaram sem o canal.
A mesma resolução que
exige a inclusão do CN23 determinou uma alteração na
ordem dos canais exibidos
pelas empresas de TV paga.
Segundo o Grupo Clarín,
que oferece TV a cabo e mantém uma guerra declarada
contra o governo, as mudanças foram pensadas para prejudicar os canais do grupo,
que briga na Justiça para
manter a ordem original.
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