São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2010

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Lei obriga TV paga a incluir canal pró-Cristina

Direct TV inclui em grade rede de empresário ligado à presidente

Operadora também deverá veicular todos os sinais públicos ou com participação do Estado argentino

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

A nova lei de mídia argentina levou a operadora de TV via satélite Direct TV a retirar do ar o canal cultural (á) para introduzir em sua grade o CN23, rede de notícias que pertence a um empresário próximo à presidente do país, Cristina Kirchner.
A medida, que deixou mais de 1 milhão de assinantes argentinos sem o (á), cumpre em parte uma resolução do governo que exige a inclusão de sinais específicos na grade da TV paga.
Além do CN23, devem ser transmitidos Telesur -canal multiestatal com sede na Venezuela- e todos os sinais públicos ou com participação do Estado argentino.
A substituição feita pela Direct TV foi necessária porque a capacidade de transmissão da empresa saturou, segundo a mídia local, o que exige a exclusão de sinais para cumprir a lei de mídia.
Patrocinada pelo governo, a lei foi aprovada pelo Congresso em 2009, mas a regulamentação só foi publicada há dois meses, após uma série de contestações judiciais.
Para a oposição, a obrigatoriedade de transmissão do CN23 evidencia os esforços de Cristina para alavancar o empresário Sergio Szpolsky, dono de veículos impressos com orientação editorial favorável ao governo.
A Pramer, empresa que produz e distribuí o canal (á), diz que está negociando com a Direct TV e com o governo para voltar a transmitir. Além dos argentinos, cerca de 1,5 milhão de assinantes de outros países da América do Sul também ficaram sem o canal.
A mesma resolução que exige a inclusão do CN23 determinou uma alteração na ordem dos canais exibidos pelas empresas de TV paga.
Segundo o Grupo Clarín, que oferece TV a cabo e mantém uma guerra declarada contra o governo, as mudanças foram pensadas para prejudicar os canais do grupo, que briga na Justiça para manter a ordem original.


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