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Marrocos quer lucrar
com imagem de ilha
de tolerância árabe
Apesar de discurso, país tem problemas
com mídia, como recente veto à Al Jazeera
SAMY ADGHIRNI
ENVIADO ESPECIAL A AGADIR (MARROCOS)
Mais pobre que a vizinha
Argélia e menos influente
que os países árabes do
Oriente Médio, o Marrocos
aposta na imagem de modernidade e tolerância para existir no plano internacional -e
tentar lucrar com isso.
A mais recente manobra
da permanente campanha de
relações públicas foi a organização do 1º Foro Internacional sobre Desenvolvimento Humano, encerrado na última terça-feira em Agadir.
Durante dois dias, o governo marroquino apresentou e
debateu, diante de centenas
de convidados de 30 países e
organismos internacionais, o
seu plano de combate à pobreza, adotado em 2005.
Chama-se Iniciativa Nacional de Desenvolvimento
Humano (INDH) e foi criado
pelo rei Mohammed 6º para ser um tipo de PAC social.
O plano inclui obras de infraestrutura, campanhas de
alfabetização e crédito para
pequenos empresários. Segundo o governo, 5 milhões
de pessoas, ou um em cada
seis marroquinos, se beneficiam diretamente da INDH.
"O Marrocos será o primeiro país a atingir as Metas do
Milênio da ONU [que incluem reduzir a pobreza pela
metade até 2015]", diz Abdellatif Jouahri, diretor do Banco Central marroquino.
No encontro de Agadir, o
Marrocos ouviu os elogios
que esperava, de FMI, Banco
Mundial, EUA e Arábia Saudita, que contribuem com
mais da metade dos US$ 10
bilhões injetados na INDH.
Mas adversários do plano
antipobreza dizem que se trata de uma manobra do governo para canalizar e monopolizar toda a ajuda externa.
Há quem desconfie também das estatísticas oficiais,
afirmando que a miséria no
país ainda é colossal. Rabat,
dizem os céticos, é obcecada
pela imagem internacional.
Marroquinos gozam de liberdade de expressão e acesso à informação raros na região, apesar de o governo ter
recentemente expulsado a Al
Jazeera.
O jornalista SAMY ADGHIRNI viajou a
convite do governo marroquino
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