São Paulo, quinta, 5 de novembro de 1998

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CATÁSTROFE
Honduras e Nicarágua, mais afetados pelo Mitch, anunciam quebra no setor agrícola, principal fonte de renda
Furacão arrasa economia de 2 países

das agências internacionais

Além dos 9.121 mortos e mais de 14 mil desaparecidos, o furacão Mitch arrasou a economia da América Central, causando prejuízos quase totais para a agricultura dos países, segundo os governos.
De acordo com o Serviço Central de Furacões dos EUA, o Mitch já é o mais mortal dos furacões na América Central desde 1780.
Honduras e Nicarágua, os mais afetados pelo Mitch (juntos, com 9.000 das mortes), têm como principal fonte da economia a agricultura. Ontem, o governo de Honduras anunciou que as perdas no setor, principalmente com café e banana, são quase totais devido às fortes chuvas e aos ventos.
O setor agrário do país representa 58% do PIB, que foi de US$ 3,9 bilhões no ano passado.
"Vamos precisar de pelo menos US$ 2 bilhões para recuperar nosso país e nossa economia", disse ontem o presidente hondurenho, Carlos Flores. O valor é quase a metade da dívida externa (US$ 4,5 bilhões, em 97).
Segundo o Ministério hondurenho de Obras Públicas, 60% do território foi destruído pelo Mitch. O principal problema para a economia é com relação ao transporte interno: 70% das estradas foram danificadas.
Na Nicarágua, onde a agricultura representa 31% do PIB (US$ 1,9 bilhões), o governo anunciou que o país precisará de cerca de US$ 1,5 bilhão para reconstruir o país.
O presidente BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, disse que serão encaminhados à América Central US$ 1,5 bilhão para ajudar os países destruídos pelo furacão Mitch.
Além da ajuda do BID, diversos países da Europa, além dos EUA, já anunciaram auxílio da ordem de US$ 40 milhões.
Segundo a ONU, 70% dos 31 milhões de habitantes da América Central já viviam em condição de miséria antes do furacão. "Agora, todos nós somos pobres", disse Tomás Lozano, ministro das Comunicações de Honduras.
² México
Após quase uma semana na América Central e Caribe, o Mitch, transformado em tempestade tropical, estava ontem no Estado de Yucatán, no sudeste do México.
Segundo o Serviço Meteorológico Nacional, ele pode voltar a ganhar força. Ontem, estava com ventos de 75 km/h (como furacão, chegou a atingir 220 km/h).



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