São Paulo, quinta, 6 de fevereiro de 1997.

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PERSONALIDADE
Embaixadora dos EUA na França, que sofreu hemorragia cerebral, será enterrada em Nova York
Pamela Harriman morre aos 76 em Paris

de Washington

A embaixadora dos EUA em Paris, Pamela Harriman, morreu ontem, aos 76 anos, de hemorragia cerebral. Seu corpo será enterrado em Nova York, após serviços fúnebres em Paris e Washington.
O presidente Bill Clinton disse que Harriman havia sido ``uma inspiração'' para ele e ``uma extraordinária embaixadora que ganhou a confiança dos líderes e a admiração dos povos''.
Pamela Digby Churchill Hayward Harriman nasceu em Famborough, Inglaterra, filha de um barão britânico. Ela se casou três vezes, sempre com milionários (Randolph Churchill, Lelan Hayward e Averell Harriman).
Após ter se divorciado de Churchill, filho do líder do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, instalou-se em Paris, onde se tornou a anfitriã de um ``salão'' frequentado por intelectuais, artistas e empresários.
Entre eles, o dramaturgo Jean Cocteau, o romancista André Malraux e o estilista Christian Dior. Namorou o cantor Frank Sinatra, o dono da Fiat, Gianni Agnelli, e o banqueiro Elie de Rotschild.
Na década de 60, casada com o produtor de cinema Leland Hayward (``A Noviça Rebelde''), morou em Los Angeles e Nova York e passou a frequentar ambientes políticos. Pouco após a morte de Hayward, em 1971, casou-se com o diplomata Averel Harriman, que havia sido governador de Nova York e era uma das mais importantes lideranças do Partido Democrata, do presidente Clinton. Em 1972, naturalizou-se como cidadã norte-americana.
Sua casa no bairro de Georgetown, em Washington, se transformou num centro de poder. No final da década de 80, ela resolveu investir prestígio e dinheiro no então governador de Arkansas, Bill Clinton, e co-presidiu sua bem-sucedida campanha presidencial.
Como prêmio, foi nomeada embaixadora em Paris em 1993. Para a surpresa de muitos diplomatas, ela se saiu muito bem nas funções e lidou com desenvoltura com diversas crises na relação entre EUA e França, em especial em questões ligadas à ex-Iugoslávia.
Em 1995, ela e os filhos de Harriman chegaram a acordo sobre disputa jurídica pela herança do seu terceiro marido. Harriman se viu em dificuldades financeiras e leiloou sua coleção de arte, que incluía obras de Picasso e Matisse. (CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA)

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