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New Deal também é alvo de nova interpretação
DA REDAÇÃO
Segundo manuais de economia política, o New Deal,
plano de reforma econômica
aplicado pelo presidente
Franklin Delano Roosevelt
[1933-45] para tirar os EUA
da Grande Depressão, causada pela quebra da Bolsa de
Nova York em 1929, foi vital
para a recuperação econômica do país. Para uma corrente do estudo da economia e da história, todavia, ele
"dificultou a retomada do
crescimento econômico".
"Em meu livro, trato Roosevelt de modo generoso.
Não ataco seu caráter. Contudo seu aumento dos impostos e das políticas de regulação, além de outras políticas governamentais que reforçaram a presença do Estado na economia, tornaram
mais difícil a recuperação
econômica", disse à Folha
Jim Powell, autor de "FDR's
Folly" (a loucura de FDR).
"Se o que escrevo é novo,
isso ocorre porque os historiadores políticos não levam
em consideração as descobertas empíricas que vêm
sendo publicadas em revistas e livros acadêmicos há
anos. Há muitos textos sobre
os efeitos negativos de leis
que controlam os preços,
elevam impostos ou forçam
aumentos de salários acima
dos níveis de mercado",
acrescentou o pesquisador
do Instituto Cato, um "think
tank" libertário dos EUA.
Para Philippe Norel, do
Instituto de Estudos Políticos de Paris, no entanto, as
"políticas proativas de Roosevelt, que foram inspiradas
nas teses de [John Maynard]
Keynes [1883-1946] e [John]
Stuart Mill [1806-73] e enfatizavam a necessidade de estimular a demanda por meio
de gastos públicos, foram
cruciais para recolocar a
economia americana nos eixos após a quebra da Bolsa".
O New Deal teve duas fases. A primeira, de 1933 a
1934, buscou dar início à recuperação econômica e alívio à crise que afetava a população na Grande Depressão por meio de programas
de controle nos setores agrícola, industrial e comercial,
da estabilização dos níveis
de preço e de obras públicas.
A segunda fase, de 1935 a
1941, ampliou a legislação relacionada a programas socioeconômicos, buscando
beneficiar os trabalhadores.
Nesse contexto, foi criado,
em 1935, o sistema de Previdência Social, além de vários
outros programas governamentais de cunho social.
Para Powell, contudo, a reputação de Roosevelt de presidente que tirou os EUA da
crise se enfraquecerá, mas
ele continuará a ser lembrado como o "presidente que
ganhou a guerra".(MSM)
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