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Tremor no Haiti é 3º mais letal em cem anos
Segundo premiê, mortos chegam a 212 mil, número inferior apenas a terremoto na China, em 1976, e tsunami de 2004
Advogado de missionários acusados por sequestro de 33 crianças diz que tentará liberdade provisória e o direito deles de deixar o país
DA REDAÇÃO
O premiê do Haiti, Jean-Max
Bellerive, aumentou para 212
mil o número de mortos confirmados no terremoto que devastou o país no último dia 12. A
cifra faz do tremor o terceiro
mais fatal do mundo em um século -além de ser a pior tragédia na história das Américas.
"A última [atualização] que
recebi de meus auxiliares era
de 212 mil mortos retirados de
diversos lugares", disse Bellerive à agência France Presse anteontem à noite. Segundo ele, o
sismo de 7 graus na escala Richter deixou, além disso, 300 mil
feridos -entre eles, 4.000 tiveram de sofrer amputações.
Segundo o Instituto de Pesquisa Geológica dos EUA, o número de mortos só é menor nos
últimos cem anos que o do terremoto de Tangshan (China),
em 1976, quando 255 mil pessoas morreram, e o do tsunami
de 2004 -causado por terremoto- no Sudeste Asiático,
que matou 227,8 mil.
O terremoto é ainda a maior
tragédia dos 64 anos de história
da ONU, que mantém no país,
desde 2004, a Minustah -missão de estabilização do Haiti liderada militarmente pelo Brasil. Em um balanço do último
dia 29, 83 mortes haviam sido
confirmadas, e 32 funcionários
ainda estavam desaparecidos.
Nos últimos dias, e ainda em
meio aos esforços de coordenação da ajuda humanitária e de
reconstrução do país, o premiê
tem advertido para o risco de a
dimensão da tragédia ser eclipsada pelo caso dos dez missionários dos EUA detidos tentando levar 33 crianças haitianas
para a República Dominicana.
Anteontem, os religiosos foram denunciados por sequestro e associação para o crime.
Quando detido, o grupo tentava
atravessar a fronteira para o
país vizinho em um ônibus com
33 crianças de 2 meses a 13
anos de idade. Os missionários
afirmam que elas eram órfãs.
O advogado do grupo de americanos disse ontem que tentará obter liberdade para seus
clientes até o dia do julgamento
-ainda sem data para ocorrer- e defendeu que possam
sair do Haiti no período.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse
esperar uma "rápida" resolução do caso, reiterando que o
papel dos EUA se resumirá ao
apoio consular. "Isso é obviamente um assunto do sistema
judiciário haitiano. Trata-se de
uma nação soberana", disse.
O ex-presidente americano
Bill Clinton -enviado especial
da ONU e designado para coordenar a ajuda internacional-
chegou ontem ao país e disse
não possuir autoridade para interceder pelos compatriotas.
A Chancelaria francesa pediu
ao governo do Haiti a criação de
uma comissão bilateral para casos de adoções. De acordo com
Paris, 277 crianças haitianas foram levadas por famílias francesas desde o sismo do dia 12.
Com agências internacionais
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