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Por jovens, conservadores usam tática de Obama
DA ENVIADA A NASHVILLE
A atração do movimento
conservador "Tea Party" a grupos como a direita religiosa
americana é esperada; mas o
apelo à juventude surpreende
quem se acostumou a associar
estudantes engajados à eleição
de Barack Obama em 2008.
Pois eles estão presentes na
rede de ativistas, e também na
primeira convenção nacional
do que já se tornou a mais estridente oposição a Obama.
"Você verá, os jovens que ajudaram a eleger este governo
vão agora ajudar a mudá-lo",
disse à Folha em Nashville
Jordan Marks, 28, diretor da
organização Jovens Americanos pela Liberdade (YAF, na sigla em inglês), uma das participantes oficiais do evento, do
qual Marks é um dos oradores.
Ele explica a associação dizendo que "Obama chegou ao
poder prometendo mudança e
transparência, e nada disso
aconteceu". "Este movimento
é aberto a todos que estão
cheios do governo. Há muitos
democratas por aqui."
A YAF afirma representar
2.000 membros, mas Marks
diz que a procura em seu site
praticamente dobrou nos últimos meses. Para o diretor, foi o
próprio Obama quem mostrou
o caminho das pedras: "A vitória em 2008 mostrou que juventude e tecnologia são organizadores extremamente eficientes".
Agora, a estratégia está sendo apoderada pela oposição. Já
é possível encontrar grupos da
juventude do "Tea Party" no site de relacionamentos Facebook, por exemplo. "Temos o
Twitter [microblog popular na
web], temos torpedos. Eu ouvi
falar do "Tea Party" por amigos
e via Facebook", afirma Marks.
Ele vê outra razão para os jovens serem atraídos pelo movimento popular, ao menos no
caso dos de direita: "O mundo
universitário americano é dominado pela esquerda, é muito
difícil um professor defender o
conservadorismo, e isso incomoda muitos estudantes".
Apesar de os cabelos brancos
serem dominantes na convenção em Nashville, Marks diz
que na eleição em novembro os
jovens terão um impacto fundamental. "Por causa da internet e da nossa mobilização, vamos levar muita gente às urnas.
Em compensação, os partidários de Obama estão desencantados e não vão comparecer
nos mesmos números de
2008", afirma (o voto nos EUA
é facultativo).
Religião
Ainda mais do que com os jovens, o movimento "Tea Party"
está apostando no recrutamento de cristãos fundamentalistas
para suas fileiras.
Ontem em Nashville, uma
das palestras mais lotadas foi a
de Rick Scarborough, pastor
batista fundador do grupo conservador Visão da América (Vision America).
"Queremos fazer da eleição
um referendo dos valores que
defendemos para a América",
disse. Para ele, isso significa defender a cultura judaico-cristã
-inclusive contra o "perigo" da
imigração. "Há milhões de pessoas entrando nos EUA sem saber nada de nossa história nem
falar nossa língua. Essa é uma
marcha para a morte", disse.
Ao final, uma das presentes
pediu a fala e declarou: "Estamos sendo cercados por repórteres que nos perguntam o
tempo todo por que estamos
aqui. Bem, se você não é um
cristão e não tem valores, realmente não vai entender. Estamos aqui pelo "R&R': revolta e
renascimento".
Foi aplaudida de pé.
(AM)
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