São Paulo, sábado, 06 de março de 2004

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Anistia reconhece esforços no Brasil

DA REDAÇÃO

"No Brasil existe um reconhecimento do problema, mas ainda há muito o que fazer para combater a violência contra as mulheres", afirma Tim Cahill, pesquisador sobre o Brasil da Anistia Internacional.
"A questão da violência contra a mulher no Brasil é um problema generalizado, que afeta todas as classes sociais e todas as partes do país, como em todo o mundo", diz o pesquisador. Ele aponta o combate à violência doméstica como uma das prioridades do trabalho a ser feito no país.
De positivo, Cahill destaca esforços como a criação de delegacias da mulher e a modificação das leis para que casos de agressão possam ser julgados rapidamente pelos juizados especiais criminais. No último caso, porém, ele observa que os efeitos da medida não produzem bons resultados na prática. "Os homens que espancam acabam sendo punidos com o pagamento de cestas básicas. No caso das famílias pobres, acabam afetando a mulher, por tirar dinheiro da família. Ou então o homem paga a multa e continua batendo."
Uma das menções ao Brasil no relatório da ONG vai para a música "Um Tapinha Não Dói", hit de três anos atrás da funkeira MC Beth. A letra ("Se te bota maluquinha / um tapinha eu vou te dar / Porque / Dói, um tapinha não dói") é usada como exemplo de uma grande aceitação cultural da submissão feminina. "A mídia às vezes estimula a visão de que a violência contra a mulher é aceitável, até sexy", diz o relatório.


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