UOL


São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

17º DIA

Presidente dos EUA reafirma que ação militar não cessará até que Iraque "esteja livre de opressores"

"Saddam verá que temos palavra"

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

"O regime iraquiano está aprendendo agora que nós mantemos nossa palavra", afirmou ontem o presidente dos EUA, George W. Bush.
Em seu discurso semanal no rádio, ele lembrou que havia prometido atacar o Iraque se achasse que o ditador Saddam Hussein não estava se desarmando.
"Vamos remover as armas de destruição em massa das mãos de assassinos. E, defendendo nossa própria segurança, estamos livrando a população iraquiana de um dos mais cruéis regimes do mundo", afirmou Bush.
"Vila por vila, cidade por cidade, a libertação está chegando. A população do Iraque tem a minha palavra: nossas forças vão atacar até que seus opressores tenham ido embora e que todo o seu país esteja livre", disse Bush.
Ele voltou a afirmar que a cúpula do regime iraquiano será julgada sob a acusação de cometer crimes de guerra durante este conflito -o presidente americano tem repetidamente dito que as tropas de Saddam estariam usando mulheres e crianças para se proteger e forçando cidadãos do país a atacarem as forças americanas, além de acusá-lo pela morte de alguns prisioneiros de guerra.
"O regime está aterrorizando sua própria população. Alguns de nosso inimigos escolheram usar seus últimos dias para atos de covardia e de morte", afirmou o presidente dos EUA.
Bush traçou o que seria o contraste entre o comportamento das tropas iraquianas e as de seu país da seguinte forma: "As forças americanas e nossos aliados estão tratando os civis inocentes com generosidade e respeitando os soldados que se rendem. Estamos levando ajuda à população iraquiana, que sofreu por muito tempo, e estamos levando algo a mais a eles: esperança", disse em seu programa no rádio.
Ao falar sobre a ajuda humanitária aos iraquianos, ele citou os alimentos levados pelas tropas anglo-americanas nos últimos dias e referiu-se, também, ao papel do Programa Mundial de Alimentação da ONU, que tenta colocar de pé uma operação de emergência para o país.
O presidente disse ainda que a guerra no Iraque é parte de uma causa "grande e justa".
"Nações livres não vão sentar e esperar, deixando os inimigos armarem um novo 11 de setembro, desta vez, talvez, com terror químico, biológico ou nuclear", afirmou George W. Bush.
Bush irá à Irlanda do Norte amanhã para discutir o pós-guerra com o premiê Tony Blair.

Expansão da guerra
Segundo uma pesquisa publicada ontem pelo jornal americano "Los Angeles Times", grande parte dos americanos apoiaria o início de mais ações militares dos EUA no Oriente Médio.
Metade da população apoiaria uma ação contra o Irã se o país "continuar desenvolvendo armas nucleares", de acordo com a sondagem. Além disso, cerca de 42% dos entrevistados disseram que, se for comprovado que a Síria está apoiando o Iraque, os EUA deveriam agir contra Damasco -46% se opõem a uma ação do tipo.
O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, acusou a Síria na última quinta-feira de fornecer equipamentos militares e suprimentos ao Iraque.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Líbano: McDonald's é atingido por granada
Próximo Texto: Tomada de Bagdá "deverá custar muitas vidas civis"
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.