|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Sharon reitera que Arafat é alvo de Israel
DA REDAÇÃO
O premiê israelense, Ariel Sharon, afirmou que não está mais
comprometido com os EUA em
não matar o presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina),
Iasser Arafat. A afirmação foi repetida em diferentes entrevistas
concedidas na semana passada e
publicadas ontem em Israel.
"Eu não garanto a segurança física dele [de Arafat]. Quem quer
que mate judeus ou ordene a
morte de judeus será morto", disse Sharon ao diário "Yedioth Ahronoth". Ao "Maariv", afirmou,
sobre o acordo com o presidente
dos EUA, George W. Bush, de não
matar Arafat: "Na época, fiz esse
compromisso de não atingi-lo fisicamente". Porém, segundo Sharon, o cenário mudou.
"Houve um tempo no qual ele
[Arafat] andava em tapetes vermelhos. Hoje, todas essas pessoas
[que recebiam Arafat com
honras] também sabem os estragos que ele causou", acrescentou.
Ao explicar as declarações de
Sharon, Raanan Gissin, seu porta-voz, disse que Israel não tem a intenção imediata de agir contra
Arafat. Mas, dependendo das circunstâncias -como no caso de
um atentado terrorista de grandes
proporções-, tudo pode mudar.
Os EUA insistiram ontem que
são contrários a qualquer ação física contra Arafat. "Nós deixamos
claro que enviá-lo ao exílio ou
qualquer outro tipo de saída nesse sentido não faz parte da solução para o Oriente Médio. E essa
posição foi passada de forma clara para Sharon e ele tem conhecimento disso", disse o porta-voz
da Casa Branca, Scott McClellan.
Saeb Erekat, principal negociador palestino, disse que a ANP está recebendo como sérias as
ameaças feitas por Sharon. "É
consistente com a saída estratégica de Sharon do processo de paz:
destruir a ANP, matar Arafat,
transformar tudo em um caos de
anarquia e extremismo e depois
dizer que não tem um parceiro
com quem negociar", disse.
As ameaças israelenses contra
Arafat cresceram após o Exército
matar o xeque Ahmed Yassin, líder do Hamas, em ataque aéreo
na faixa de Gaza. Na ocasião, os
EUA disseram que Israel tinha o
direito de se defender, mas devia
ter consciência de seus atos.
Nas entrevistas de ontem, Sharon disse que a saída de Gaza não
é um prêmio para os terroristas,
conforme critica a direita israelense. Ao contrário, afirma, será
um duro golpe nos palestinos,
que verão seus sonhos de ter um
Estado adiado por muitos anos.
As ameaças de resposta palestina à morte de Yassin elevaram para o nível mais alto o número de
alertas de possíveis atentados em
Israel, segundo o governo. Para
agravar, esta é a semana do Pessach (a Páscoa judaica). Em 2002,
um atentado nessa mesma época
levou Israel a invadir a Cisjordânia em ampla operação militar.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Carta ameaça levar "inferno" para a Espanha Próximo Texto: Votação: Junta propõe adiar eleição venezuelana Índice
|