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ONU cobra reparação por danos a instalações na ofensiva em Gaza
DA REDAÇÃO
Uma investigação das Nações Unidas considerou o Exército israelense culpado pelos
ataques a instalações do órgão
em Gaza durante a ofensiva de
22 dias no território, entre dezembro e janeiro, e exigiu formalmente compensações.
Segundo a apuração, a "negligência e a imprudência" do
Exército causaram mortes de
civis e prejuízos de mais de US$
10 milhões à ONU, com a destruição de três escolas (uma delas em ataque que causou 40
mortes), uma clínica e a agência
da ONU para refugiados. O conflito matou mais de 1.400 palestinos e 13 israelenses.
O resumo da apuração -que
condenou Israel em 7 de 9 incidentes investigados- foi entregue ontem ao Conselho de Segurança da ONU. Um outro
ataque a instalações da ONU foi
atribuído a um foguete palestino do Hamas, grupo islâmico
combatido por Israel em Gaza.
O secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, confirmou que
pedirá reparação financeira a
Israel, mas ressaltou que as
conclusões não têm aplicação
judicial e que não haverá novas
apurações sobre o tema. "Minha intenção é abordar qualquer outro incidente relacionado à equipe da ONU caso a caso,
mediante diálogo com o governo de Israel", disse.
A investigação foi chamada
por Israel de "tendenciosa" por
"ignorar os fatos que apresentamos à comissão [da ONU]",
segundo comunicado da Chancelaria israelense.
O ministro da Defesa, Ehud
Barak, alegou ontem que "investigações internas provam irrefutavelmente que Israel não
disparou intencionalmente
contra instalações [da ONU]".
O embaixador-adjunto de Israel na ONU, Daniel Carmon,
disse que o relatório "levanta
sérios questionamentos quanto a futuras colaborações com
as Nações Unidas em circunstâncias similares".
Mais acusações
Outros dois relatórios da
ONU, feitos com base em depoimentos de palestinos e concluídos em março, acusavam
Israel de graves abusos em Gaza, alguns com características
de crimes de guerra.
Em outra acusação, o Comitê
Antitortura da ONU questionou ontem Israel a respeito de
um suposto centro secreto de
detenção e interrogatórios,
chamado de "instalação 1.391".
O local, "situado em lugar indeterminado do país, inacessível à Cruz Vermelha e aos advogados dos detidos", segundo o
comitê, é alvo de queixas de tortura e maus tratos.
Com agências internacionais
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