São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2011

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Nova versão diz que não houve longa troca de tiros

Revelação contradiz mais uma vez o relato oficial apresentado pelos EUA

Ao "New York Times", funcionários dos EUA dizem que apenas uma pessoa atirou contra os agentes americanos


DE SÃO PAULO

Novas revelações a respeito da operação secreta que matou Osama bin Laden reforçaram ontem as suspeitas acerca da veracidade da versão oficial da Casa Branca.
Funcionários do próprio governo dos EUA disseram ao jornal "New York Times" que os agentes americanos enfrentaram resistência armada de apenas uma pessoa e neutralizaram sem dificuldade a defesa do terrorista.
Segundo as autoridades americanas, que falaram sob anonimato ao jornal, os tiros foram disparados pelo mensageiro de Bin Laden -que, na versão do governo, permitiu a descoberta do esconderijo- e ainda fora da casa.
Abu Ahmed al Kuwaiti foi, porém, morto rapidamente, junto com uma mulher que o acompanhava, pelos cerca de 20 Seals -força especial americana- que fizeram a linha de frente da operação.
Após o confronto, os agentes especiais encontraram o caminho livre para entrar na casa e se dirigir ao quarto onde se encontrava Bin Laden, no terceiro e último andar.
No caminho, ainda segundo o relato ao "New York Times", o irmão do mensageiro também foi morto ao supostamente preparar uma arma para disparar nos agentes.
E, ao chegar ao recinto onde estava o terrorista, as forças americanas o acharam desarmado, mas com um fuzil AK-47 e uma pistola à mão e ao lado de uma mulher.
Bin Laden foi então morto com um tiro na cabeça. E a mulher, ferida numa perna.
O relato contradiz em vários pontos a versão oficial.
Em um primeiro momento, os EUA disseram que os seus agentes se depararam com cerrado tiroteio de cerca de 40 minutos para alcançar Bin Laden no último andar.
Este, por sua vez, portava uma arma e tentou resistir, inclusive fazendo a acompanhante -que seria a sua mulher- como escudo humano.
Já na terça, foram feitos reparos à versão pelo próprio governo americano, que disse que Bin Laden não estava armado nem usou a acompanhante, que não era sua mulher, como escudo humano.
E, anteontem, a TV Al Arabiya divulgou relato de uma das filhas de Bin Laden, que estava no local, dizendo que seu pai foi pego ainda vivo, sendo portanto executado.
Ontem, um alto funcionário do governo paquistanês corroborou a versão, dizendo à agência Reuters que o líder foi morto "a sangue frio".
Também ontem, surgiram suspeitas de que os EUA teriam usado na ação um helicóptero como uma nova tecnologia, que o torna invisível a radares.
O material seria do mesmo tipo que é usado nos aviões invisíveis a radares.


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