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CÚPULA GLOBAL
Democracia russa descarrilou, diz Bush
Na véspera de encontro entre os dois líderes no G8, presidente dos EUA diz que Rússia não é inimiga, mas critica Moscou
Troca de farpas cresceu nos
últimos meses por conta de
projeto dos EUA e piorou
após Putin ameaçar voltar
mísseis para alvos na Europa
DA REDAÇÃO
O presidente americano,
George W. Bush, soltou uma
frase bastante dura contra o
presidente russo, Vladimir Putin, durante conferência que
fez em Praga a dissidentes e militantes de movimentos democráticos de 17 países.
"Na Rússia, provocaram o
descarrilamento das reformas
que prometiam dar o poder ao
povo, com conseqüências perturbadoras para a evolução da
democracia", afirmou.
Em entrevista no sábado, Putin havia desqualificado a democracia nos EUA, afirmando
que aquele país havia gerado
"horror, tortura, sem-tetos e [a
prisão de] Guantánamo".
Bush e Putin estarão juntos a
partir de hoje no encontro do
G8 na cidade alemã de Heiligendamm. A troca de acusações reflete o ponto a que chegaram as relações bilaterais.
Horas antes de sua conferência, no entanto, Bush foi bem
mais amistoso para com o presidente russo. Disse que, ao encontrá-lo, o chamaria pelo prenome, Vladimir, e voltaria a dizer que o sistema antimísseis
que o Pentágono planeja instalar na República Tcheca e na
Polônia procura deter um possível ataque do Irã e não tem
como alvo as instalações militares russas.
"A Rússia não é nossa inimiga", afirmou. "A Guerra Fria
acabou." Os tchecos, disse, podem ser ao mesmo tempo amigos dos EUA e da Rússia. Disse
ainda que convidaria Putin a
enviar seus cientistas e generais para se assegurarem de que
o escudo antimísseis não era
voltado contra eles.
Foi até mais longe. Convidou
o próprio Putin a participar da
construção do escudo, e disse
que a questão seria abordada a
portas fechadas, quando proximamente o presidente russo visitar os Estados Unidos e se
hospedar numa casa de campo
pertencente à família Bush.
Putin havia há dias ameaçado
mirar seus mísseis nucleares
em alvos na Europa, em resposta ao projeto americano.
Mencionar o "descarrilamento" da democracia russa e
afagar Putin são gestos contraditórios. Mas o "New York Times" disse que os dois pronunciamentos do presidente americano foram ponderados pela
Casa Branca para enviar uma
mensagem "calibrada e firme".
Na conferência de Praga,
Bush também criticou a China.
"Os governantes chineses acreditam que podem continuar a
abrir a economia do país sem
abrir o sistema político. Discordamos disso."
Com agências internacionais
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