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Ataque suicida no Paquistão deixa pelo menos 30 mortos
Atentado em mesquita não foi reivindicado, mas atribuído pelo governo ao Taleban
Região do ataque, próxima ao vale do Swat, é palco de ação militar contra o grupo; premiê pede a enviado que EUA perdoem dívida do país
DA REDAÇÃO
Um atentado suicida contra
uma mesquita lotada matou ao
menos 30 pessoas (12 crianças)
e deixou outras 40 feridas ontem em vilarejo no noroeste
paquistanês, próximo ao vale
do Swat. A região é palco da
ofensiva militar contra o Taleban iniciada no fim de abril.
A autoria do ataque não foi
reivindicada, mas Islamabad o
atribuiu ao grupo extremista islâmico, que nas últimas semanas realizou atentados em várias cidades paquistanesas em
represália à ação do Exército.
"É óbvio, foi o Taleban. Parece ser uma retaliação à ofensiva
no Swat", disse o chefe da polícia local. Segundo ele, o número de mortos deve passar dos
30 já confirmados à medida que
escombros da mesquita forem
removidos. Alguns feridos encontram-se em estado grave.
O ataque ocorreu no vilarejo
de Hayagai, no Alto Dir, adjacente ao vale do Swat -ambos
na Província de Malakand. O
local fica a cerca de 50 km de
Mingora, principal cidade da
região, recém-reconquistada
pelas forças paquistanesas.
Segundo relatos, o homem-bomba detonou os explosivos
ao ser interceptado por fiéis
que desconfiaram da sua aparência e do seu comportamento. "Ele parecia um estranho,
alguém que não é da região",
afirmou uma testemunha.
No início da semana, insurgentes sequestraram dezenas
de estudantes no Waziristão do
Norte, depois libertados pelos
militares. Na semana passada,
ao menos 39 pessoas morreram
em quatro ataques pelo país.
Escalada militar
Em fevereiro, governo e Taleban haviam firmado acordo
que previa a imposição da sharia (lei islâmica) na região. O
pacto de paz foi, porém, rompido após o avanço dos insurgentes e por pressão dos EUA.
No dia 26 de abril, o Exército
paquistanês deu início a uma
ofensiva para reconquistar regiões no entorno do Swat tomadas pelos insurgentes, que já
controlavam áreas a apenas
100 km da capital, Islamabad.
No começo de maio, a ofensiva foi intensificada. Desde então, mais de 1.200 insurgentes e
90 militares foram mortos, segundo o Exército -não há informações sobre vítimas civis.
Segundo o governo paquistanês, a ação do Exército acabou
com toda a "resistência organizada", restando apenas alguns
focos de resistência, combatidos em "escala limitada".
O número de refugiados é estimado pela ONU em 2,5 milhões, o maior contingente de
deslocados na última década.
No seu terceiro dia de viagem
ao país, o enviado dos EUA para
o Paquistão e o Afeganistão, Richard Holbrooke, elogiou as recentes ações de Islamabad no
combate à insurgência, mas
disse que o verdadeiro teste será o retorno dos refugiados.
Os EUA pressionam o governo paquistanês a combater o
Taleban, instalado na porosa
região fronteiriça com o Afeganistão após ser desalojado do
poder pela invasão americana
no pós-11 de Setembro. O Afeganistão é o foco do combate ao
terrorismo do governo Obama.
O premiê Yousuf Raza Gilani
pediu a Holbrooke o perdão de
dívida de US$ 1,55 bilhão do Paquistão com os EUA. O americano prometeu mais US$ 200
milhões em ajuda a refugiados.
Com agências internacionais
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