|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DE VOLTA A CUBA
Governo decide dar a Juan Miguel uma das maiores honrarias do país após disputa judicial pelo filho
Fidel condecora o
pai de Elián por seu papel em "batalha"
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Depois da batalha judicial e política em torno do náufrago cubano Elián González, 6, o Conselho
de Estado, presidido pelo ditador
cubano, Fidel Castro, decidiu
condecorar o pai do garoto, Juan
Miguel, por seu papel no caso.
Juan Miguel, 31, considerado
um herói no país, receberia ontem uma das mais altas honrarias
concedidas pelo Estado cubano, a
Ordem de Carlos Manuel de Céspedes, nome do fundador do movimento de independência cubana, no século 19.
A condecoração ocorreria em
uma cerimônia no teatro Karl
Marx, em Havana, na noite de ontem. Havia a possibilidade de que
fosse entregue pelo próprio ditador cubano, Fidel Castro, que não
fez declarações públicas sobre o
caso desde a volta do garoto, na
semana passada.
Segundo o governo, Juan Miguel receberia a honraria em "reconhecimento ao extraordinário
comportamento na dura batalha
pela liberdade de Elián".
Juan Miguel foi aos EUA esperar que a Justiça norte-americana
decidisse o futuro do menino, que
tinha sua guarda reivindicada por
parentes exilados em Miami. Ele
ficou no país de abril a junho.
Elián chegou aos EUA em novembro de 99, quando a embarcação improvisada que o levava ao
país naufragou, matando a mãe e
o padrasto do menino.
Fidel capitalizou o episódio, organizando marchas com milhares
de cubanos para exigir a volta do
garoto "sequestrado".
O governo norte-americano posicionou-se pela volta de Elián,
mas sofreu pressões da influente
comunidade americana de origem cubana, que queria manter o
garoto em "um país livre".
Elián voltou a Cuba depois que
a Justiça dos EUA se recusou a
conceder audiência de pedido de
asilo ao garoto e a renovar a ordem que o proibia de deixar o
país.
Durante a estada de Juan Miguel nos EUA, os exilados ofereceram US$ 2 milhões para que ficasse, segundo o governo cubano.
Ontem, o jornal "Juventud Rebelde", da Juventude Comunista
cubana, publicou um suplemento
de 32 páginas intitulado "Elián
em sua pátria", para celebrar a sua
volta. Por US$ 0,50 era possível
conhecer a visão oficial da saga,
um "relato histórico do sequestro
e os 207 dias do combate de um
povo, uma família e um pai, com a
verdade triunfando sobre a mentira, o certo sobre o errado, a justiça sobre a infâmia".
Fidel afirma que a batalha não
se encerrou com a volta de Elián.
Agora, centra seu poder de fogo
em criticar o embargo estabelecido após a revolução comunista de
1959 e a política de imigração. Todo cubano que chega aos EUA
tem direito de pedir asilo.
Elián passa por um período de
"readaptação" em uma casa-escola em Havana. Ele deve voltar a
sua cidade natal, Cárdenas, em
meados de julho. Juan Miguel e
Elián visitaram Cárdenas ontem
para que o garoto se familiarizasse com sua antiga cidade. O governo diz que a viagem era necessária porque Elián, que nunca havia ido a Havana, não se deu conta
de que estava de volta a Cuba.
Texto Anterior: Inverno: Estações de esqui têm neve recorde na Argentina Próximo Texto: Panorâmica: Parlamento vota hoje permissão para reeleição de Milosevic em pleito direto Índice
|