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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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RÚSSIA

Governo culpa rebeldes tchetchenos pela ação de mulheres-bomba em festival de rock; autoria do ataque não é reivindicada

Atentado em show em Moscou mata 16

Alexander Natruskin/Reuters
Autoridades russas vêem corpo de possível suicida em Moscou


DA REDAÇÃO

Ao menos 16 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas em atentado suicida durante um show de rock nas imediações de Moscou na tarde de ontem. O governo russo responsabilizou os rebeldes da Tchetchênia pelo ataque, no qual duas mulheres-bomba detonaram explosivos no portão de entrada da pista de pouso de Tushino, palco do espetáculo.
O ministro russo do Interior, Boris Gryzlov, relacionou o ataque de ontem com o anúncio feito anteontem pelo Kremlin da realização, em outubro, de eleições para o governo da Tchetchênia.
"Se as explosões tivessem ocorrido dentro do campo de pouso, as consequências teriam sido bem mais graves", declarou Gryzlov, acrescentando que as mulheres-bomba haviam sido impedidas de entrar na área do espetáculo, onde cerca de 40 mil pessoas aguardavam as apresentações das principais bandas russas de rock.
Se confirmado o envolvimento dos tchetchenos, será o quarto ataque organizado nos últimos dois meses pelos rebeldes muçulmanos, que há mais de dez anos lutam pela independência de sua Província. As outras três ações resultaram em 93 mortes.
Em dois dos outros três ataques anteriores, mulheres foram usadas em operações suicidas -acredita-se que os separatistas tenham adotado a nova tática por crer que as mulheres são menos visadas por policiais e seguranças em grandes aglomerações.
O ataque de ontem também foi o primeiro grande atentado ocorrido neste ano em Moscou e longe da Tchetchênia, Província localizada no sudoeste do país. O último incidente na capital russa ocorrera em outubro do ano passado, quando rebeldes tomaram um teatro em Moscou, fazendo 700 reféns. Na operação de resgate, 160 pessoas morreram, incluindo 41 sequestradores.

Putin
A nova onda de atentados na Rússia representa um entrave para os planos políticos do presidente Vladimir Putin, que já ensaia movimentos para tentar a reeleição em 2004. O primeiro teste para Putin será nas eleições parlamentares de dezembro.
No mês passado, dias após dois ataques na Tchetchênia, Putin dissera que os problemas na região estavam "quase resolvidos", citando referendo, realizado em março e boicotado pelos rebeldes, em que cerca de 90% dos eleitores optaram pela manutenção da Província sob domínio russo.

Com agências internacionais

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