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Oferta de "junk food" explodiu nos EUA a partir dos anos 1970
DE NOVA YORK
A oferta da chamada "junk
food" explodiu no mercado americano a partir dos anos 1970.
Dois episódios independentes
mudaram as perspectivas tecnológicas para fabricação de alimentos que pudessem ser conservados por mais tempo. Paralelamente, uma observação feita por
um funcionário do McDonald's
dava origem a uma revolução no
comércio de alimentos.
A mudança na indústria é contada por Greg Critser em "Fat
Land", livro lançado neste ano.
Em 1971, cientistas japoneses inventaram um tipo de frutose a
partir do milho, com vantagens
sobre o açúcar no congelamento,
na conserva e, sobretudo, no custo. Mas faltava milho no mercado.
Nos EUA, os preços dos alimentos subiam com a desvalorização
do dólar e problemas meteorológicos, e a pressão sobre o presidente Richard Nixon crescia.
Seu secretário da Agricultura,
Earl Butz, tomou como missão reverter a pressão alimentar. Montou uma estratégia para aumentar
a produção de milho e soja, usando as exportações como imã. Para
isso saiu pelo mundo derrubando
barreiras comerciais aos produtos
americanos -e abrindo o caminho para a exploração da descoberta japonesa.
Na mesma época, um diretor do
McDonald's, David Wallerstein,
convenceu um relutante Ray
Kroc, um dos fundadores da empresa, a tentar aumentar as porções de batata. Sua tese: as pessoas
queriam comer mais, mas, por
questões de imagem, não comprariam duas porções por causa
disso. Deu certo.
Espalhada pelo setor, a idéia fomentou um crescimento exponencial. Em "Fast Food Nation",
Eric Schlosser relata que o faturamento de fast food nos EUA pulou de US$ 6 bilhões anuais em
1970 para US$ 110 bilhões em
2001.
(RD)
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