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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Oferta de "junk food" explodiu nos EUA a partir dos anos 1970

DE NOVA YORK

A oferta da chamada "junk food" explodiu no mercado americano a partir dos anos 1970.
Dois episódios independentes mudaram as perspectivas tecnológicas para fabricação de alimentos que pudessem ser conservados por mais tempo. Paralelamente, uma observação feita por um funcionário do McDonald's dava origem a uma revolução no comércio de alimentos.
A mudança na indústria é contada por Greg Critser em "Fat Land", livro lançado neste ano.
Em 1971, cientistas japoneses inventaram um tipo de frutose a partir do milho, com vantagens sobre o açúcar no congelamento, na conserva e, sobretudo, no custo. Mas faltava milho no mercado. Nos EUA, os preços dos alimentos subiam com a desvalorização do dólar e problemas meteorológicos, e a pressão sobre o presidente Richard Nixon crescia.
Seu secretário da Agricultura, Earl Butz, tomou como missão reverter a pressão alimentar. Montou uma estratégia para aumentar a produção de milho e soja, usando as exportações como imã. Para isso saiu pelo mundo derrubando barreiras comerciais aos produtos americanos -e abrindo o caminho para a exploração da descoberta japonesa.
Na mesma época, um diretor do McDonald's, David Wallerstein, convenceu um relutante Ray Kroc, um dos fundadores da empresa, a tentar aumentar as porções de batata. Sua tese: as pessoas queriam comer mais, mas, por questões de imagem, não comprariam duas porções por causa disso. Deu certo.
Espalhada pelo setor, a idéia fomentou um crescimento exponencial. Em "Fast Food Nation", Eric Schlosser relata que o faturamento de fast food nos EUA pulou de US$ 6 bilhões anuais em 1970 para US$ 110 bilhões em 2001. (RD)


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