São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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Olmert e Abbas se reúnem por paz

Encontro dos dois líderes é a primeira em território ocupado por Israel e visa "acordo de princípios"

Entre os temas a serem tratados na reunião estão a retirada dos assentados israelenses da Cisjordânia e a divisão de Jerusalém

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, devem se reunir hoje para negociar um acordo de princípios como o primeiro passo para a anunciada conferência de paz no Oriente Médio.
Segundo fontes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e do governo de Olmert, o encontro deve acontecer hoje na cidade de Jericó, na Cisjordânia, e seria a primeira reunião oficial dos dois líderes em um território ocupado por Israel.
Se Jericó for confirmada como o local do encontro, esse seria um novo gesto de Olmert para fortalecer a autoridade de Abbas. As relações entre Israel e o líder palestino vêm melhorando desde que Gaza foi tomada pelo grupo radical islâmico Hamas, rival do Fatah de Abbas, em junho.
Abbas afirmou ontem, em um encontro com representantes de uma organização árabe-israelense, que espera que a reunião "tenha substância" e que não seja "mero protocolo".
Ambas as partes confirmaram que o encontro girará em torno do "acordo de princípios" para a conferência de paz que o governo americano pretende convocar em novembro.
O acordo serviria para abordar o que a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, chamou recentemente de "assuntos fundamentais" para as bases de um Estado palestino.
"Discutiremos o horizonte político", disse Saeb Erekat, o negociador palestinos.
David Baker, um funcionário do governo Olmert, confirmou que a reunião será focada na criação do Estado palestino.
Além do regresso dos refugiados palestinos, outros temas espinhosos no caminho do processo de paz são a saída dos assentados israelenses da Cisjordânia e o status de Jerusalém.
A parte israelense poderia oferecer compensações de caráter econômico ante o dilema dos refugiados. Os palestinos exigem como condição inexorável a volta dos refugiados em países árabes vizinhos, algo que as autoridades israelenses consideram inviável.
Com relação aos assentamentos na Cisjordânia, Olmert pode oferecer a retirada de até 90% dos assentados, segundo fontes israelenses, deixando ainda pendentes as conversas sobre a condição de Jerusalém.
Israel considera Jerusalém sua capital "eterna e indivisível", mas as autoridades palestinas não renunciam a fixar na parte leste da cidade a capital do seu Estado independente.


Com agências internacionais


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