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Caem novas filiações ao Partido Republicano
DO "NEW YORK TIMES"
Bem antes de Barack Obama
e John McCain se candidatarem, uma mudança estava em
curso nos EUA. Desde 2005, o
total de eleitores que se cadastram pelo Partido Republicano
vem caindo, ao passo em que
aumenta o dos que se registram
democratas e, em número quase igual, o dos que o fazem sem
se filiar a nenhum partido.
Embora as implicações das
mudanças ainda não sejam claras, especialistas vêem o possível início de uma fase de afastamento dos eleitores do Partido
Republicano, o que afetaria a
política local, estadual e nacional por vários ciclos eleitorais.
Em Estados como Nevada e
Iowa, tradicionalmente disputados pelos dois partidos, os democratas têm surpreendido ao
superarem os republicanos em
filiação desde 2004. Nesse
mesmo período, nenhum Estado passou de maioria democrata para republicana, segundo
dados de 26 dos 29 Estados em
que os eleitores se cadastram
por partido (três deles não tinham informações completas).
Em seis, a fatia democrata de
eleitores cadastrados cresceu
em mais de três pontos percentuais, enquanto a dos republicanos encolheu. Em apenas
três, o cadastramento de republicanos aumentou enquanto o
de eleitores democratas diminuiu, e só em Louisiana o ganho
superou um ponto percentual.
Independentes
Nesse mesmo período, a parcela do eleitorado que se cadastra como independente cresceu
mais que a dos republicanos ou
democratas em 12 Estados. Em
lugares como Arizona, Carolina
do Norte e Colorado, os eleitores sem filiação já quase equivalem a um terceiro partido.
Variações no registro de eleitores não são incomuns de um
ano para outro. Mas o abandono prolongado de um partido
-a tendência atual já está no
quarto ano- é raro.
E, embora não haja dados
comparáveis para os 21 Estados
onde não há registro por partido, os resultados de eleições locais recentes mostram que cada vez mais eleitores se afastam
do Partido Republicano.
"Isso é muito sugestivo de
uma mudança fundamental no
eleitorado", disse Michael P.
McDonald, estudioso de padrões eleitorais da Brookings
Institution e da Universidade
George Mason. Para ele, o mais
típico é que os padrões de registro de eleitores e de voto se nivelem ou mesmo se invertam
entre uma eleição e outra.
Para Dick Armey, ex-líder republicano na Câmara, apesar
das perdas locais, é difícil interpretar os sinais para a eleição
presidencial. "Nesta eleição, a
chave estará nos novos eleitores independentes", disse.
"Agora há um sujeito no oeste
da Pensilvânia dizendo "estou
farto e não vou mais me registrar republicano, mas também
não quero eleger Obama"."
Além da insatisfação com o
governo Bush, a oposição democrata se beneficiou de mudanças demográficas, como o
aumento dos eleitores jovens e
a urbanização dos subúrbios, e
também do fato de passar a ter
candidatos mais pragmáticos.
Dos 26 Estados com dados de
registro eleitoral, a parcela democrata cresceu em 15 e caiu
em 11 desde 2004, contra respectivamente seis e 20 para os
republicanos. No total desse
contingente, há hoje 1.407.971
eleitores republicanos a menos
e 214.656 democratas a mais.
Tradução de CLARA ALLAIN
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