|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Caracas restringe observadores eleitorais
Eles não poderão falar à imprensa e relatório final será confidencial; OEA reclama
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
Os observadores internacionais que acompanharão
as eleições legislativas de setembro na Venezuela farão
seu trabalho sob um rígido
regulamento: terão de entregar um plano prévio de ação,
não poderão falar à imprensa
no dia da votação e seu informe final será confidencial.
As regras foram divulgadas ontem pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que
anunciou ter convidado a
ONU e a OEA (Organização
dos Estados Americanos) para o processo.
Para a relatora para a Liberdade de Expressão da Comissão de Direitos Humanos
da OEA, Catalina Botero, o
texto "afeta de maneira grave" a liberdade de expressão
e o acesso à informação.
Ela afirmou que a legislação é única na região. "As declarações dos observadores
são fundamentais porque
contribuem para a credibilidade e legitimidade das eleições", disse Botero à Folha.
Nas legislativas, a meta do
governo Hugo Chávez é manter a maioria qualificada da
Assembleia Nacional num
momento em que o país está
em recessão. Como a oposição boicotou a votação de
2005, hoje apenas dez parlamentares, dissidentes do
chavismo, são opositores.
Alejandra Barrios, da colombiana Missão de Observação Eleitoral e secretária-executiva do Acordo de Lima, que reúne observadores
eleitorais de 17 países, chamou o texto de "mordaça".
O texto do CNE, disponível
em www.cne.gov.ve, fala
que o órgão "determinará a
oportunidade e condições"
para divulgá-lo.
Texto Anterior: Depoimento: Modelo afirma ter recebido diamantes de Charles Taylor Próximo Texto: Direitos civis: Justiça autoriza casamento gay na Cidade do México Índice
|