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GUERRA SEM LIMITES
Secretário-geral da Liga Árabe também exortou Bagdá a permitir a volta dos inspetores da ONU
Ataque abre portas do inferno, dizem árabes
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Amr Moussa, disse ontem que uma ação militar contra o Iraque "abriria as portas do inferno" no Oriente Médio e exortou Bagdá a permitir que os inspetores da ONU retornem ao Iraque
para buscar e destruir armas de destruição em massa.
"Continuamos a trabalhar para evitar a guerra ou qualquer tipo
de ação militar porque nós acreditamos que isso vai abrir as portas
do inferno no Oriente Médio",
declarou Moussa.
Ao final de uma reunião de dois
dias de chanceleres árabes, Moussa disse: "Reiteramos a importância da total implementação das resoluções do Conselho de Segurança [da ONU". Somos a favor
do retorno dos inspetores dentro
de um acordo, de um entendimento entre o governo do Iraque
e o secretário-geral das Nações
Unidas".
Segundo Moussa, os Estados
árabes tentam obter uma solução
diplomática para a crise e tentam
ajudar a reunir autoridades iraquianas e membros das Nações
Unidas. Ele reclamou, porém, do
que descreveu como o "fracasso
dos EUA" em fazer com que Israel
implemente as resoluções da
ONU relativas à ocupação do território palestino. "Por que deveríamos insistir apenas na implementação das resoluções do Conselho de Segurança por parte do
Iraque? E Israel?", disse.
Além do Iraque, o conflito israelo-palestino integrou a agenda da
reunião da Liga Árabe, formada
por 22 membros.
O ex-presidente norte-americano Jimmy Carter também se declarou contrário a "uma guerra
unilateral" contra o Iraque porque, segundo ele, o país não representa um perigo para os EUA.
Em artigo publicado no diário
"The Washington Post", Carter
disse: "Não podemos ignorar o
desenvolvimento de armas químicas, biológicas ou nucleares,
mas uma guerra unilateral contra
o Iraque não é a resposta" porque
"Bagdá não representa atualmente um perigo para os EUA".
O presidente George W. Bush
disse ontem que a história "nos
exorta à ação no Iraque".
"Não podemos permitir que os
piores líderes do mundo chantageiem, ameacem, sequestrem nações que amam a liberdade com
as piores armas do mundo", disse.
Bush afirma que é preciso derrubar o ditador Saddam Hussein,
acusado de desenvolver armas de
destruição em massa. O Iraque
nega a acusação.
Em Washington, alguns senadores disseram que a Casa Branca
ainda precisa convencê-los da necessidade do ataque. "Temos o
dever de fazer perguntas porque
estamos vivendo uma época perigosa e os tambores da guerra estão tocando à nossa volta... Onde
estão as provas?", disse o senador
democrata Robert Byrd.
A Casa Branca afirmou que tem
provas suficientes para justificar a
necessidade de derrubar Saddam.
Bush deve falar, a partir de hoje,
com membros do Conselho de
Segurança para defender uma
operação militar contra o Iraque.
"O presidente crê que as provas
que nós temos parecem suficientes para reivindicar uma mudança de regime" no Iraque, afirmou
Ari Fleischer, porta-voz de Bush.
Segundo Fleischer, o governo não descarta apresentar as provas. Ele não deu mais detalhes.
Concentração
O Exército dos EUA aumentou a presença de forças em uma base no Kuait, perto da fronteira iraquiana, informaram autoridades militares ontem.
Sob anonimato, um membro da Otan afirmou que a aliança militar ocidental, liderada pelos EUA, não deve participar de um eventual ataque ao Iraque porque
ações preventivas não fariam parte da doutrina da Otan.
Com agências internacionais
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