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ORIENTE MÉDIO
Polícia intercepta carro com bomba de 600 kg um dia antes de feriado judaico; palestinos matam 2 soldados e ferem 4
Israel evita megatentado na véspera do Ano Novo
DA REDAÇÃO
Israel disse que impediu ontem
o que seria um dos maiores atentados em dois anos de levante palestino. Forças de segurança interceptaram um veículo com 600 kg
de explosivos numa estrada que
liga a Cisjordânia ocupada à cidade de Hadera, no norte do país.
Dois ataques palestinos na faixa
de Gaza mataram dois soldados
israelenses e feriram quatro. Em
retaliação, helicópteros bombardearam oficina supostamente
usada na fabricação de armas em
Khan Younis. Os novos atos terroristas ocorrem na véspera do
Ano Novo judaico, que começa
na noite de hoje.
As autoridades acreditam que o
carro-bomba se dirigia a uma
grande cidade de Israel. Dois veículos -um Golf e uma van- que
viajavam em alta velocidade às 2h
em estrada de terra perto de Hadera foram perseguidos pela polícia.
Os motoristas desrespeitaram
ordens para parar num posto de
controle e, pouco depois, deixaram os veículos e fugiram. Dentro
da van, foram encontrados os explosivos, dois recipientes com
combustível e fragmentos metálicos e um telefone celular, que serviria como detonador. O segundo
carro seria usado para a fuga.
Especialistas do Exército israelense detonaram os explosivos de
forma controlada no local.
Sucesso
"Esse foi um dos maiores sucessos na prevenção de ataques que
já tivemos", disse o chefe de polícia da região norte, Ya'akov Borovsky. "Não havíamos recebido
nenhum alerta específico, mas
trabalhamos com a premissa de
que há alta probabilidade de atentados na véspera de um feriado
judaico."
O chanceler israelense, Shimon
Peres, disse que a descoberta foi
um "milagre" e que, se a bomba
tivesse sido detonada, "teria custado tantas vidas que teria mudado quase toda a situação política
num instante".
Segundo integrantes dos serviços de segurança de Israel, uma
bomba de 600 kg teria potência
suficiente para derrubar um grande edifício ou devastar um shopping center.
O Exército israelense prendeu
ainda três palestinos na região de
Nablus, na Cisjordânia, que estariam planejando ataque durante o
feriado do Ano Novo. Dois deles
se preparavam para missões suicidas, disse a rádio Israel.
Mortes em Gaza
Um soldado morreu e três ficaram feridos quando o tanque em
que estavam passou sobre cerca
de 100 kg de explosivos na faixa de
Gaza. Eles se dirigiam a um local
de onde palestinos haviam disparado mísseis antitanque na noite
anterior. Os tiros teriam sido uma
armadilha para atrair o tanque.
No norte da faixa de Gaza, um
soldado morreu e outro se feriu
levemente após terem sido atacados a tiros e granadas por um palestino. O atirador, integrante das
Brigadas dos Mártires de Al Aqsa,
foi atingido e também morreu.
Na noite de ontem, veio a primeira resposta militar de Israel:
pelo menos três mísseis disparados de helicópteros destruíram
uma fundição situada perto de
um posto policial palestino no
campo de refugiado de Khan
Younis (centro da faixa de Gaza).
De acordo com o Exército, o local foi atacado "porque era usado
por uma organização terrorista
na fabricação de munição". O dono da oficina, Abu Khalil, negou
as acusações, dizendo que seus
funcionários produzem peças para geradores elétricos. O edifício
estava vazio. Ninguém se feriu no
bombardeio.
Pelo menos 1.535 palestinos e
591 israelenses já morreram desde
o início do conflito, conhecido como a segunda Intifada, iniciado
em setembro de 2000.
Com agências internacionais
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