São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Polícia intercepta carro com bomba de 600 kg um dia antes de feriado judaico; palestinos matam 2 soldados e ferem 4

Israel evita megatentado na véspera do Ano Novo

DA REDAÇÃO

Israel disse que impediu ontem o que seria um dos maiores atentados em dois anos de levante palestino. Forças de segurança interceptaram um veículo com 600 kg de explosivos numa estrada que liga a Cisjordânia ocupada à cidade de Hadera, no norte do país.
Dois ataques palestinos na faixa de Gaza mataram dois soldados israelenses e feriram quatro. Em retaliação, helicópteros bombardearam oficina supostamente usada na fabricação de armas em Khan Younis. Os novos atos terroristas ocorrem na véspera do Ano Novo judaico, que começa na noite de hoje.
As autoridades acreditam que o carro-bomba se dirigia a uma grande cidade de Israel. Dois veículos -um Golf e uma van- que viajavam em alta velocidade às 2h em estrada de terra perto de Hadera foram perseguidos pela polícia.
Os motoristas desrespeitaram ordens para parar num posto de controle e, pouco depois, deixaram os veículos e fugiram. Dentro da van, foram encontrados os explosivos, dois recipientes com combustível e fragmentos metálicos e um telefone celular, que serviria como detonador. O segundo carro seria usado para a fuga.
Especialistas do Exército israelense detonaram os explosivos de forma controlada no local.

Sucesso
"Esse foi um dos maiores sucessos na prevenção de ataques que já tivemos", disse o chefe de polícia da região norte, Ya'akov Borovsky. "Não havíamos recebido nenhum alerta específico, mas trabalhamos com a premissa de que há alta probabilidade de atentados na véspera de um feriado judaico."
O chanceler israelense, Shimon Peres, disse que a descoberta foi um "milagre" e que, se a bomba tivesse sido detonada, "teria custado tantas vidas que teria mudado quase toda a situação política num instante".
Segundo integrantes dos serviços de segurança de Israel, uma bomba de 600 kg teria potência suficiente para derrubar um grande edifício ou devastar um shopping center.
O Exército israelense prendeu ainda três palestinos na região de Nablus, na Cisjordânia, que estariam planejando ataque durante o feriado do Ano Novo. Dois deles se preparavam para missões suicidas, disse a rádio Israel.

Mortes em Gaza
Um soldado morreu e três ficaram feridos quando o tanque em que estavam passou sobre cerca de 100 kg de explosivos na faixa de Gaza. Eles se dirigiam a um local de onde palestinos haviam disparado mísseis antitanque na noite anterior. Os tiros teriam sido uma armadilha para atrair o tanque.
No norte da faixa de Gaza, um soldado morreu e outro se feriu levemente após terem sido atacados a tiros e granadas por um palestino. O atirador, integrante das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, foi atingido e também morreu.
Na noite de ontem, veio a primeira resposta militar de Israel: pelo menos três mísseis disparados de helicópteros destruíram uma fundição situada perto de um posto policial palestino no campo de refugiado de Khan Younis (centro da faixa de Gaza).
De acordo com o Exército, o local foi atacado "porque era usado por uma organização terrorista na fabricação de munição". O dono da oficina, Abu Khalil, negou as acusações, dizendo que seus funcionários produzem peças para geradores elétricos. O edifício estava vazio. Ninguém se feriu no bombardeio.
Pelo menos 1.535 palestinos e 591 israelenses já morreram desde o início do conflito, conhecido como a segunda Intifada, iniciado em setembro de 2000.


Com agências internacionais

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