DA REDAÇÃO

A guerrilha terrorista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pretende soltar a ex-senadora e ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt como parte de uma estratégia para pressionar a troca de civis sequestrados por guerrilheiros presos. A informação foi divulgada ontem por congressistas colombianos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Alonso Acosta, um dos que reberam a informação, disse que a guerrilha libertaria Betancourt "nos próximos dias" com o objetivo de que "ela lidere um acordo humanitário entre o grupo insurgente e o governo".
Segundo Acosta, a informação foi recebida de várias fontes, mas ele não especificou quais.
Betancourt está há 18 meses em poder da guerrilha. Em julho, uma suposta negociação para sua libertação se transformou num incidente diplomático entre o Brasil e a França, com a chegada de um avião militar francês a Manaus, sem aviso, para supostamente transportar a ex-senadora, que possui também cidadania francesa.
Em um vídeo divulgado há uma semana, Betancourt pede que o governo tente resgatá-la e que não faça um acordo com as Farc. Não se sabe quando o vídeo foi gravado. É a primeira prova de que ela está viva apresentada neste ano.
Até o final desta edição, as Farc não haviam se pronunciado sobre a suposta libertação.
Em entrevista à Folha no final do mês passado, o ex-negociador e porta-voz da guerrilha terrorista, Raúl Reyes, disse que a ex-senadora só seria libertada caso houvesse um acordo de intercâmbio com o governo.
O senador e presidente do Partido Conservador, Carlos Holguín, disse que a eventual libertação de Betancourt faria parte de "uma estratégia para suavizar o apoio" ao presidente Álvaro Uribe.