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Capital vive 5 semanas de caos com protestos
DA REPORTAGEM LOCAL
Com 22 milhões de habitantes em sua região metropolitana, a confusa Cidade do México
vive um caos adicional pelos
protestos da esquerda contra o
resultado eleitoral. Desde 30 de
julho, o derrotado López Obrador conclamou seus militantes
a bloquear a principal avenida
da capital mexicana.
O Paseo de la Reforma, avenida criada no século 19 sob
inspiração da Campos Elíseos
de Paris, tem quase 10 quilômetros bloqueados por militantes
acampados em barracas.
O mesmo acontece no Zócalo, a maior praça da cidade, onde estão a Catedral, a prefeitura
e o antigo Palácio Presidencial,
onde o próprio Obrador passa
boa parte de suas noites.
López Obrador acusa fraude
generalizada na eleição de 2 de
julho e intromissão do governo
nacional na campanha.
Algo que não é exclusividade
da direita. A prefeitura da Cidade do México, nas mãos da esquerda, está coberta com uma
enorme faixa amarela, pedindo
a recontagem "voto por voto,
urna por urna", como se fosse
um comitê de campanha de
Obrador. A prefeitura também
não tentou disciplinar o protesto para melhorar o trânsito.
Como boa parte dos maiores
hotéis de cinco estrelas da cidade fica no próprio Paseo de la
Reforma, diversos seminários e
congressos foram cancelados
nas últimas semanas.
A Bolsa de Valores da capital,
os maiores bancos e a Embaixada americana no México também ficam na avenida. Restaurantes e cinemas de bairros vizinhos, como a Zona Rosa e Roma estão vazios.
Na semana passada, uma
apresentação do musical "O
Beijo da Mulher Aranha" começou com uma hora de atraso
- algo comum nas últimas semanas, pois quase ninguém
consegue chegar a tempo.
O Centro Histórico ainda é o
mais prejudicado. Boa parte de
suas ruas e praças está bloqueada. O bairro é a principal área
turística da cidade, onde estão
ruínas de pirâmides e dezenas
de igrejas e palácios coloniais,
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
Confronto com Exército
López Obrador disse na semana passada que não reconheceria uma decisão judicial
que declarasse vitória de Calderón. Ele convocou uma assembléia para o dia 16 em que vai
sugerir a criação de um governo
paralelo e de uma nova Constituição. "Temos que refundar a
república", afirmou.
Há temores de confronto. No
mesmo dia 16, dia em que se comemora a Independência do
México, há uma tradicional parada militar no Paseo de la Reforma e um ato público do presidente no antigo Palácio Presidencial, no Zócalo. Obrador
avisou que os manifestantes
não abandonarão suas tendas
para o Exército.
As últimas pesquisas dizem
que 65% dos mexicanos acham
que Calderón venceu a eleição.
30% acham que houve fraude.
(RJL)
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