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IRAQUE OCUPADO
Ex-chanceler diz que premiê citou limitações 15 dias antes do ataque
Blair mentiu sobre ameaça, diz Cook
DA REDAÇÃO
O premiê Tony Blair sabia que a
ameaça representada pelo Iraque
era limitada e que o país não poderia acionar seu suposto arsenal
proibido rapidamente, afirma o
ex-chanceler Robin Cook em um
livro que teve alguns trechos publicados ontem pela imprensa.
As afirmações estão em "Point
of Departure" (ponto de partida),
uma espécie de diário escrito por
Cook durante seu período no governo, encerrado com a renúncia
do posto de chefe do governo no
Parlamento em protesto contra a
decisão de invadir o Iraque.
O gabinete de Blair minimizou
as alegações do ex-chanceler. "A
idéia de que o premiê já tenha dito
que [o ex-ditador iraquiano] Saddam Hussein não tinha armas de
destruição em massa é absurda",
disse um funcionário do gabinete
que pediu anonimato. "Sua posição é consistente tanto em público quanto em particular, e seus
colegas de gabinete sabem disso."
Em trechos do livro publicados
no jornal "Sunday Times", Cook
cita uma conversa que teve com
Blair em 5 de março -15 dias antes da invasão do Iraque. Na ocasião, o governo tentava obter uma
resolução da ONU que endossasse a guerra e Cook era o líder do
governo na Câmara dos Comuns.
O ex-chanceler afirma ter dito
ao premiê que as informações de
que dispunha mostravam claramente que Saddam não possuía
armas de destruição em massa capazes de atingir cidades estratégicas. Ele também teria perguntado
se Blair se preocupava que o Iraque usasse munição química contra soldados britânicos.
A resposta do premiê, afirma
Cook, foi: "Sim, mas todos os esforços [de Saddam] em esconder
as armas tornaram difícil para ele
acioná-las rapidamente".
O governo Blair defendeu um
relatório que afirmava que Saddam poderia acionar seu suposto
arsenal proibido em 45 minutos.
Essa informação originou a reportagem da BBC dizendo que o
relatório sobre o Iraque fora "apimentado". A fonte da BBC, o conselheiro do Ministério da Defesa
David Kelly -cujo nome foi vazado pelo governo após a reportagem-, se suicidou após depor
sobre o caso no Parlamento.
Com agências internacionais
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