São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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STEVE JOBS (1955-2011)

Morre aos 56 anos o designer e empresário visionário que fundou a Apple; ele transformou o jeito de se ouvir música, reinventou o celular, criou o tablet e virou a maior referência do mundo tecnológico

Paul Sakuma - 9.jan.07/Associated Press
Steve Jobs em evento de apresentação da Apple, em San Francisco, em 2007

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Steve Jobs, o homem que criou a Apple e elevou a tecnologia a objeto de culto, morreu ontem em Palo Alto, na Califórnia, aos 56 anos. A causa não foi divulgada. Desde 2004, Jobs tratava um câncer de pâncreas que o levou a pedir licenças do trabalho e a buscar aconselhamento espiritual. Em 24 de agosto, a doença o tirou de vez do comando da Apple.
A cada apresentação de novo produto, sua figura invariavelmente metida em uma camisa preta de gola rolê se tornava mais franzina. Mas sua imagem se engrandecia ante o público, assim como crescia sua influência e seu poder de inspirar milhões a comprarem os eletrônicos que vendia.
O anúncio da morte foi feito na noite de ontem pela empresa que ele ajudou a fundar, em 1976, e que na última década se transformou na marca global mais valiosa, segundo a revista "Forbes".
"O brilhantismo, a paixão e a energia de Steve foram a fonte de incontáveis inovações que enriquecem e melhoram nossas vidas", afirmou a diretoria da Apple em comunicado. "O mundo é incomensuravelmente melhor por causa de Steve."
Em 2010, a marca lucrou US$ 14 bilhões, segundo a comissão de valores mobiliários dos EUA, e seu patrimônio chegou a US$ 75 bilhões. produtos cobiçados Mas mais do que uma empresa bem-sucedida, o que Jobs deixa é uma cultura de transformação no consumo e no uso diário da tecnologia. Graças a ele, produtos como celulares e reprodutores de música ganharam design atraente e interfaces simples, tornando-se cobiçados e repostos a cada temporada.
A cada lançamento, rumores infestavam a internet, e milhares esperavam, às vezes por dias, diante das lojas de paredes brancas e vitrine ampla. Nunca se fez propaganda boca a boca tão bem.
Vieram o iMac, o iPod, o iPhone, o iPad -cada um, revolucionário em sua área. Jobs fundou a Apple há 35 anos com Steve Wozniak. Em abril de 1976, vendeu o primeiro computador, o Apple I -a geringonça vinha desprovida de caixa; comprava-se só o circuito.
Oito anos depois, criaria o Macintosh -e a aposta no computador pessoal como maior negócio tecnológico.
Mas tão conhecido quanto seu brilhantismo era seu gênio difícil. Logo ele deixaria a empresa, brigado, para voltar só 12 anos depois. Foi em sua segunda encarnação na Apple, porém, que Jobs poria em curso sua revolução. Após anos de prejuízo e descrença, apostou em pequenos eletrônicos de consumo. A marca atingiria então status de culto.
O iPod foi lançado em 2001, e popularizou o formato MP3 para ouvir música. Em janeiro de 2007, viria o iPhone, que logo dominou o mercado de aparelhos celulares, e em 2010, o iPad -o primeiro computador em tablete, que domina esse mercado.
Anteontem, seu sucessor, Tim Cook, apresentou o iPhone 4S. Eficiente e discreto, mas desprovido do carisma do ex-chefe, não empolgou. Ficam agora dúvidas sobre os rumos da marca que se amparou na imagem de seu criador -que, mesmo distante, garantia o apreço de fãs e consumidores que queriam as "visões de Steve".
Jobs deixa a mulher, quatro filhos e uma fortuna estimada em US$ 8,3 bilhões.


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