DO ENVIADO A CHICAGO

A jornada de Barack Obama à Presidência não é só dele, mas também de eleitores como as aposentadas Ellen Asrick e Sally DeVincent, que pegaram fila de duas horas na terça para ver o candidato se tornar presidente, no Grant Park, em Chicago.
"Ficar aqui não é nada. Nós estávamos em Springfield [capital do Estado de Illinois, pelo qual ele é senador], quando ele lançou a campanha e o seguimos por todo o país em comícios. Gastamos bastante dinheiro. Sempre acreditamos na mudança de Obama. Estamos aqui hoje para ver como essa história termina", dizia DeVincent.
Poucas horas depois, o telão na área central do Grant Park mostrou a projeção da rede de TV CNN de que Obama venceria o pleito. Cerca de 70 mil pessoas do lado de dentro da área restrita e mais 225 mil do lado de fora, segundo cálculo da polícia local, aos berros e lágrimas, trocavam abraços apertados.
Para as amigas, era a esperança de um país "menos idiota". "Obama não é um político como os outros. Ele é culto, foi ótimo senador e saberá ouvir o povo para administrar", disse Asrick.
A estrutura da zona sitiada -que incluía homens do Serviço Secreto espalhados em torres para vigilância, Guarda Costeira pelo lago Michigan e cães que farejavam até mochila de criança- se estendia ao redor do parque, com policiais a cavalo, de carro e bicicleta.
O temor era de reações exaltadas, especialmente caso Obama perdesse a eleição. Quarenta anos atrás, na Convenção Democrata, o parque foi cenário de violência entre militantes e policiais. Desta vez, a celebração não registrou ocorrência grave.
Natali Lewin, 31, dirigiu de Toronto, no Canadá, até Chicago, para a festa. "O que acontece nos EUA se reflete no mundo inteiro. Um presidente culto e identificado com questões sociais, depois de oito anos de George W. Bush, representa um impacto gigante", disse ela, em frente a uma barraca onde havia acabado de comprar oito camisetas com os dizeres "Obama presidente" para distribuir para amigos. (DANIEL BERGAMASCO)


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