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"É histórico", diz autor do pedido
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O deputado liberal Blas Llano,
35, autor do pedido de impeachment de Luis González Macchi,
diz ter esperança de que, ainda
neste ano, o presidente paraguaio
seja afastado do poder.
"É um momento histórico para
o Paraguai. É a primeira vez que
um pedido é aprovado. Por isso,
acredito no afastamento", disse
ele à Agência Folha.
Agência Folha - O que há de diferente neste pedido de impeachment em relação a outros? O que o
faria ir adiante?
Blas Llano - Conseguimos a
aprovação dos deputados. É um
momento histórico para o Paraguai. É a primeira vez que um pedido é aprovado. Por isso, acredito no afastamento. Tudo pode
acontecer.
Agência Folha - Qual o procedimento agora? As eleições são em
abril do ano que vem. Haveria tempo hábil para o afastamento?
Llano - Não há um tempo estabelecido, mas tudo pode acontecer ainda neste ano. Quatro deputados [de quatro partidos diferentes de oposição] vão relatar o pedido e têm 15 dias para apresentá-lo ao Senado. O Senado, depois
disso, transforma-se em um tribunal. Haverá, então, alegações
das duas partes, acusando e defendendo o presidente. Acredito
no afastamento.
Agência Folha - E depois, caso isso ocorra? Quem será o presidente
até o dia 27 de abril, data da eleição presidencial?
Llano - Como Yoyito [Julio César Franco, que deixou a Vice-Presidência para ser candidato presidencial pelo Partido Liberal
Radical Autêntico] não pode, será
o presidente do Congresso ou alguém eleito pelo Congresso.
Creio na segunda hipótese.
Agência Folha - Qual é a divisão
de forças? O que é necessário para
o impeachment e para a escolha do
novo nome?
Llano - É difícil ver a divisão de
forças pelos partidos, que são
muito divididos. Dos 45 senadores, 25 são do Partido Colorado,
mas se trata de um partido dividido. Os outros são 13 liberais e sete
do Encontro Nacional.
Dos 80 deputados, 45 são colorados, 26 liberais, seis do Encontro Nacional, 12 do País Solidário
e um da Pátria Querida. Com dois
terços no Senado, é aprovado o
afastamento, e com dois terços
das duas Casas, em sessão única, é
indicado o novo presidente.
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