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Atentados matam pelo menos 149 xiitas no Iraque
No maior ataque do dia, 115 peregrinos que iam a Karbala morreram após explosão de dois homens-bomba em Hilla
Exército dos EUA anuncia a morte de nove soldados norte-americanos; Bush diz que tropas estão fazendo "progressos importantes"
DA REDAÇÃO
Ao menos 149 peregrinos xiitas foram mortos ontem em
uma sucessão de atentados
ocorridos no Iraque, informaram a polícia do país e os hospitais. Mais de 200 ficaram feridos, sendo que 50 estão internados em estado grave.
No pior ataque do dia, dois
homens-bomba se explodiram
numa avenida de Hilla (cem
quilômetros ao sul de Bagdá),
matando ao menos 115 xiitas
que se dirigiam à cidade de Karbala para as comemorações do
40º dia após a Ashura -feriado
religioso que marca a morte do
imã Hussein, ocorrida em 680.
A morte de Hussein marcou o
início da dissidência entre sunitas e xiitas.
"Eu vi o segundo homem-bomba correr em direção à
multidão e se explodir. Todos
em volta dele ficaram em pedaços", afirmou uma testemunha,
que descreveu um cenário de
caos, com sandálias e roupas
espalhadas por poças de sangue
e tendas que pegavam fogo.
"Foi um massacre brutal
contra pessoas que estavam
apenas praticando sua fé", afirmou o xiita Sami al Askari.
Em uma declaração para a
rede de televisão pública iraquiana, o primeiro-ministro
Nouri al Maliki culpou os militantes sunitas pelo "crime bárbaro", em referência às explosões em Hilla.
Insurgentes também protagonizaram um atentado utilizando um carro-bomba no sul
de Bagdá, que matou 12 xiitas, e
dois ataques em Latifiya, matando ao menos três peregrinos. Ao menos outros sete peregrinos foram mortos na capital em uma série de ataques.
Também ontem o Exército
dos EUA anunciou a morte de
nove soldados norte-americanos em explosões ocorridas em
Províncias majoritariamente
sunitas, ao norte de Bagdá. Três
soldados ficaram feridos.
Na cidade de Mosul (norte),
dezenas de homens armados
invadiram um presídio e liberaram cerca de 140 prisioneiros
em uma das maiores operações
desse tipo desde que os EUA invadiram o Iraque, em 2003.
A maioria dos detidos era insurgente, afirmou a polícia iraquiana, que chamou o Exército
dos EUA para auxiliá-la na operação. Ainda de acordo com a
polícia, grande parte dos prisioneiros foi recapturada.
Segundo o grupo Repórteres
sem Fronteiras, um jornalista
iraquiano que havia sido seqüestrado foi encontrado ontem morto em Bagdá, elevando
para 152 o número de jornalistas mortos no Iraque.
"Sinais encorajadores"
Mesmo após um dos dias
mais sangretos no Iraque no
ano, o presidente George W.
Bush afirmou ontem que "existem alguns sinais encorajadores" no plano de aumento da
segurança em Bagdá, iniciado
há três semanas pelas forças
norte-americanas e iraquianas.
O reforço da segurança na capital faz parte da nova estratégia norte-americana para o Iraque, anunciada por Bush no dia
10 de janeiro.
Ontem, o vice-secretário de
Defesa dos EUA, Gordon England, afirmou que os comandantes do Exército norte-americano no Iraque estão pedindo
um aumento das tropas adicionais anunciadas por Bush. O
número, que inicialmente representava 21.500 soldados a
mais, poderia chegar a 30 mil.
Atualmente, cerca de 140 mil
tropas norte-americanas lutam
no Iraque. Ao menos 3.184
membros do Exército dos EUA
morreram desde o início da
guerra, em março de 2003.
"As forças iraquianas e dos
EUA estão fazendo um progresso gradual, porém importante, quase diariamente, e nós
continuaremos a avançar até
que nossos objetivos sejam
atingidos", disse Bush.
Já a porta-voz da Casa Branca Dana Parino afirmou que era
cedo demais para julgar a operação. "Nós nunca prometemos
resultados", disse.
Com agências internacionais
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