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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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ATAQUE DO IMPÉRIO

CERCO À CAPITAL

Intenção é impedir a entrada de reforços e a fuga de líderes do regime iraquiano

EUA tentam isolar capital iraquiana

Associated Press
Soldados norte-americanos se posicionam sobre telhado durante combates contra iraquianos que tentam proteger uma ponte nos subúrbios de Bagdá


DA REDAÇÃO

Em meio a duros combates com forças leais a Saddam Hussein nos subúrbios da cidade, tropas dos EUA tentavam ontem estabelecer um cerco completo a Bagdá.
Segundo o porta-voz do comando militar dos EUA, general Vincent Brooks, a intenção era "isolar" a capital iraquiana, impedindo que o regime tivesse possibilidade de reforçar suas tropas e a fuga de membros do primeiro escalão do governo para regiões fora de controle da coalizão.
Os EUA afirmavam ter controle sobre quase todas as vias que davam acesso à capital. Soldados da coalizão teriam bloqueado a rota que liga Bagdá a Tikrit, cidade-natal de Saddam. ""Estamos muito próximos disso", respondeu o coronel Will Grimsley, da 3ª Divisão de Infantaria, ao ser indagado se os EUA já haviam cortado todos os acessos à capital.
Em entrevista à rede CNN, o general Peter Pace, segundo na hierarquia de comando do Estado-Maior do Exército chegou a afirmar que todas as rotas estavam controladas. ""Não quero que pensem que temos um soldados a cada 10, 12 metros, mas controlamos todas as estradas", disse.
As tropas dos EUA que atuavam na capital foram reforçadas com a chegada de membros da 5ª Corporação e mais soldados da 1ª Força Expedicionária dos Fuzileiros Navais (marines).
Um enviado da CNN sustentou que membros da infantaria americana fizeram ontem uma segunda incursão em Bagdá. De acordo com a Associated Press, nos subúrbios ao sul da cidade, as tropas teriam enfrentado iraquianos que trajavam roupas e portavam faixas sobre a cabeça similares às usadas por soldados suicidas.
Porta-vozes do comando militar disseram que a incursão de um comboio de blindados anteontem ao ""coração de Bagdá" teria resultado na morte de entre 2.000 e 3.000 soldados iraquianos.
O governo decretou toque de recolher -o que impediria a saída e a entrada da cidade entre 18h e 6h (locais). Tropas da Guarda Republicana expulsaram moradores, ocupando casas na chamada linha de frente, e instalaram aparatos de artilharia em diversas áreas no que seria a preparação para a guerra urbana.
Outra mostra do tipo de resistência que os EUA encontrarão: os marines asseguraram controle de uma ponte importante ao sul da capital -pretendiam usá-la para a passagem de tropas. Horas depois, os soldados iraquianos contra-atacaram, implodindo-a. Assim como implodiram outra ponte nas cercanias.
Entre as prioridades da movimentação americana estava estabelecer uma via de acesso à margem oeste do rio Tigre, onde está localizada a maior parte dos edifícios de administração do governo e os palácios presidenciais.

Mais mortes
Dezenas de iraquianos teriam morrido ontem em novos confrontos com membros da 101ª Divisão Aerotransportada que defende as instalações do aeroporto internacional de Bagdá. Um avião cargueiro dos EUA pousou ontem no aeroporto.
O ministro da Informação do Iraque, Mohammed Said al Sahaf, a exemplo do que fizera anteontem, desmentiu que os invasores controlassem o aeroporto. Segundo Al Sahaf, a artilharia iraquiana teria matado 50 americanos e destruído dez blindados na área na noite de sábado. Os EUA negam.

Com agências internacionais

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