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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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"Ensaio" de guerra urbana mata até 3.000 iraquianos, dizem EUA

DO "THE NEW YORK TIMES"

O tenente-coronel Eric C. Schwartz não conseguiu ver muito de Bagdá na manhã de hoje quando seu batalhão de cerca de 60 tanques, Bradleys e outros veículos blindados avançou pela rodovia 8, passando primeiro por uma zona residencial e depois por um bairro industrial não muito distantes do centro da cidade.
Nos combates do fim de semana, os EUA afirmam que entre 2.000 e 3.000 iraquianos foram mortos. O Iraque não confirma. Pelo menos seis soldados norte-americanos foram feridos.
O que ele lembra, depois do final de um dia de combate, são os soldados iraquianos, as baterias de artilharias, as metralhadoras montadas em caminhões, o silvo e a detonação das granadas propelidas por foguetes, o zumbido das balas, as ferozes explosões de carros, presume ele, carregados de explosivos. "Foram três horas de caos organizado", diz.
O batalhão do coronel, parte da 3ª Divisão de Infantaria, penetrou o coração de Bagdá em uma incursão que, aos olhos dos iraquianos, deve ter parecido o início da invasão da cidade.
Para os comandantes aqui, a marcha foi tanto uma exibição psicológica quanto estratégica de força, que eles esperam ajude a apressar a queda do ditador Saddam Hussein.
"Não estamos prontos para avançar e ocupar a cidade", disse o comandante da divisão, major-general Buford C. Blount III.
Embora a rodovia 8 seja uma estrada importante, ladeada em alguns lugares de acostamentos amplos, enfeitados por árvores e arbustos, em outros ela se estreita de seis para quatro pistas, com edifícios residenciais e de escritórios de ambos os lados. Ela oferece uma idéia da espécie de combate urbano que os comandantes da 3ª Divisão de Infantaria desprezam e temem.
A marcha da brigada, da intercessão entre as rodovias 1 e 8, ao sul de Bagdá, é um percurso de menos de 25 quilômetros.
O coronel Perkins, o comandante da Segunda Brigada, estima que 100 veículos tenham sido destruídos. Parte do objetivo parecia ser provocar reação das forças iraquianas e revelar posições defensivas ocultas.
Um grande caminhão, portando um canhão antiaéreo, avançou rumo à coluna e foi atingido por disparos, derrapando para o centro da rodovia e atingindo o carro.
Um carro de família parou na ilha da rodovia 8, evidentemente na esperança de escapar à tempestade de fogo que surgiu em torno dele. Enquanto a coluna norte-americana prosseguia seu avanço, um homem, uma mulher e três crianças a menor das quais ainda bebê, lutavam, feridos, para escapar das chamas. O homem, presumivelmente o pai, estava deitado de costas. Uma das crianças tivera os dedos praticamente decepados.


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